Recordes do seguro rural escondem mercado não maduro sobre as motivações regionais
Os números macros do seguro rural no País, recentemente divulgados sobre o exercício de 2020 até novembro, mostram evolução recorde em todas as frentes sobre 2019, mas a decupagem por estados esconde cenários motivacionais que ainda estão para ser mais compreendidos.
Até porque, quando a área agrícola contratada aumentou 98% para o recorde 13,7 milhões de hectares e o valor segurado foi de R$ 45,7 bilhões (quase o dobro também), revelam mercado não maduro o suficiente para as companhias seguradoras conhecerem o consumidor.
A consultora da Info Seguro Rural, a engenheira agrônoma Bruna Goulart, com base nos dados do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), do Ministério de Agricultura (Mapa), levanta as possíveis razões dos agricultores diante do quadro de cada estado: do grau da percepção de risco (por regiões mais instáveis climaticamente em relação às culturas mais suscetíveis) aos tipos de sistemas fundiários aderentes (ou não) ao seguro; do conhecimento e cultura do seguro aos incentivos estaduais.
Panorama por estados, por liderança em área segurada:
Paraná, 3,5 milhões de hectares e 72.493 apólices
Rio Grande do Sul, 2,6 milhões e 41.751
Goiás, 1,8 milhão e 11.493
Mato Grosso do Sul, 1,4 milhão e 9.309
São Paulo, 1,3 milhão e 24.377
Mato Grosso, 1,1 milhão e 3.401
Minas Gerais, 699 mil e 12.280
Santa Catarina, 319 mil e 12.409
Tocantins, 268 mil e 1.125
Bahia, 205 mil e 1.033
Para registro, neste ano o PSR aplicou R$ 880 milhões, duas vezes mais que no mesmo período do ano passado.