Recessão sem precedentes de 11 trimestres está no fim, diz Goldman Sachs
A grande, longa e sem precedentes recessão de 11 trimestres do Brasil parece estar chegando ao fim, avalia o Goldman Sachs em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (31). O economista Alberto Ramos avalia, entretanto, que os sinais mais evidentes desse ponto de inflexão, como a recuperação do mercado de trabalho, ficarão mais claros a partir do início do segundo semestre.
Segundo Ramos, apesar de o Banco Central ter divulgado hoje que a atividade econômica caiu 0,26% em janeiro, há alguns sinais que sustentam a visão de recuperação. “No entanto, ainda esperamos uma recuperação longa e prolongada, já que a economia provavelmente enfrentará vários ventos contrários, alguns deles estruturais”, pondera.
O economista cita as dificuldades ainda muito presentes de financiamento, a fraqueza do mercado de trabalho, o endividamento das famílias, a fraca demanda externa e a significativa incerteza política.
Desemprego
O IBGE revelou hoje que a taxa de desocupação do país fechou o trimestre móvel de dezembro do ano passado a fevereiro deste ano em 13,2%, alta de 1,3 ponto percentual frente ao trimestre móvel anterior. Com o resultado, a população desocupada do país chegou a 13,5 milhões de trabalhadores, um novo recorde.
A tendência é de continuidade dessa piora, avalia o Goldman Sachs. Ramos acredita que a economia ainda não apresentará sinais de crescimento mínimo positivo para absorver novos participantes na força de trabalho e estabilizar a taxa de desemprego. “Esperamos que a dinâmica do mercado de trabalho se estabilize durante o segundo semestre e comece a recuperar para o final do ano”, afirma.