Economia

Recessão ou estagflação? Que bicho é esse?

10 jul 2022, 19:00 - atualizado em 08 jul 2022, 16:37
recessão global crise mundial
Imagem: Shutterstock/Montagem: Julia Shikota

A mudança de temor no mercado financeiro, com o dragão da inflação perdendo espaço para o fantasma da recessão, assusta os investidores, que estão preocupados com o impacto da alta dos preços e das taxas de juros na economia global. Afinal, o que diferencia os estágios da atividade em termos de crescimento econômico?

A recessão é caracterizada pela queda do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que a extensão do período de recuo resulta em diferentes parâmetros. É comum dizer que dois trimestres consecutivos de retração do PIB configuram uma recessão técnica, enquanto um ciclo de declínio acentuado da atividade representa uma depressão econômica.

Já a estagnação acontece quando o crescimento econômico de um país está abaixo do potencial, resultando em leituras fracas do PIB. A estagflação é uma variante desse cenário, no qual o baixo crescimento econômico é acompanhado de altas taxas de inflação.

Que bicho é esse?

Não há consenso no mercado financeiro quanto ao cenário econômico atual no mundo nem em relação ao horizonte à frente.

Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, o temor quanto ao risco de uma recessão é apenas um fantasma. “Estão pintando uma recessão como se fosse em caráter global”, avalia. Vieira pondera que os Estados Unidos não vão deixar a economia registrar uma série negativa do PIB, enquanto os países emergentes devem continuar crescendo.

Vale lembrar que a última vez que os Estados Unidos e o Brasil registraram duas ou mais leituras de queda do PIB foi logo após o início da pandemia. No primeiro trimestre de 2020, a economia americana caiu 5,1% e afundou 31,2% nos três meses seguintes.

Aqui no Brasil, foram dois períodos de recessão técnica. Os dois primeiros trimestres de 2020 caíram 2,2% e 8,9%. E depois, teve outro momento de queda entre o segundo e terceiro trimestre de 2021. A desaceleração foi de 0,3% e 0,1%.

Contudo, é a Europa quem corre o grande perigo. “O euro já está precificando uma profunda recessão”, alertou em relatório o BCA Research. Para a equipe da consultoria canadense, a moeda única vem afundando e está à beira da paridade em relação ao dólar, refletindo também a força da divisa em relação aos pares globais.

Já o estrategista sênior de macro do Rabobank, Bas van Geffen, avalia que uma recessão é basicamente um dano colateral na missão do Federal Reserve de controlar a alta da inflação, com o aperto na taxa de juros impactando o crescimento.

Ou seja, o risco é mais de uma estagnação do que uma sequência mais longa de retração econômica. “E, desta vez, o Fed provavelmente não sucumbirá à pressão de voltar a reduzir os juros a zero se a economia vacilar”, comenta o estrategista do Rabobank, em relatório.

*Colaboração Juliana Américo 

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