Recessão nos EUA pode puxar Brasil de uma desaceleração para queda no PIB; veja como
Os economistas estão alertando que a economia global deve cair em uma recessão. As projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2023 pioraram e o grupo já prevê que um terço dos países devem entrar em recessão no próximo ano. E entram nessa conta as maiores economias do mundo: Estados Unidos, União Europeia e China.
O Brasil não é uma exceção. A previsão é que o país sofra uma desaceleração econômica brusca com a queda de outros países. O Relatório Focus desta semana aponta que o mercado espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do país encerre 2023 em 0,54% – ante crescimento de 2,70% deste ano.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, afirma que o receio do mercado é que os Estados Unidos, com a recessão, puxe os demais países para um processo de desaceleração, e muito provavelmente de recessão também.
“A tão esperada ressaca da pandemia pode estar a caminho, e o Brasil não ficará imune a isso, já que os Estados Unidos são um dos nossos principais parceiros comerciais”, aponta.
Nadando contra a corrente
O fator que mais pode impactar o país é o aumento dos custos de produção. Em um cenário de recessão geral, a tendência é que o comércio mundial diminua e a inflação aumente. Isso faz com que os produtos e matérias-primas subam de preço.
Com a produção mais cara, a inflação nacional volta a subir, mesmo que o Banco Central e o governo tenham conseguido controlar as altas dos preços ao longo de 2022.
Além disso, o Ibovespa (IBOV) pode ser penalizado com a piora dos indicadores econômicos, bem como com os resultados das empresas, o que pode gerar um movimento de correção de preços.
Ironicamente, o que pode salvar o Brasil são, exatamente, as exportações – por mais que o comércio mundial caia.
O Brasil está entre as principais nações exportadoras dos mais diversos produtos – especialmente commodities. Só no ano passado, as exportações brasileiras somaram US$ 281 bilhões, de acordo com cálculos da Organização Mundial do Comércio (OMC).
E as commodities são os produtos mais demandados na busca por crescimento. Logo, o Brasil tem a oportunidade de crescer nesse setor.
“Além disso, dentro da cesta de países emergentes, o Brasil se mostra uma das melhores opções e tem buscado capital estrangeiro para investimento em logística, saneamento, infraestrutura e o que pode ser crise para alguns, sem dúvida, será oportunidade para outros”, destaca Idean.
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