Recessão nos EUA dentro de um ano vira certeza em nova projeção
A chance de uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses virou certeza nas novas projeções da Bloomberg Economics.
Os mais recentes modelos de probabilidade de recessão elaborados pelas economistas da Bloomberg Anna Wong e Eliza Winger preveem uma maior chance de recessão em todos os prazos, com a estimativa para os 12 meses até outubro de 2023 em 100%, ante 65% para o período equivalente na atualização anterior.
A previsão é uma má notícia para o presidente Joe Biden, que disse repetidamente que os EUA evitarão uma recessão e que qualquer desaceleração seria “muito ligeira” ao tentar tranquilizar os americanos de que a economia está em bases sólidas sob seu governo.
Mas o aperto das condições financeiras, a inflação persistente e um Federal Reserve hawkish aumentam o risco de uma contração.
O modelo atribui probabilidades maiores de recessão do que outras previsões. Uma pesquisa separada da Bloomberg com 42 economistas prevê que a probabilidade de uma recessão nos próximos 12 meses agora é de 60%, acima dos 50% do mês anterior.
As previsões contrastam com o tom otimista de Biden. O presidente tem enfatizado o forte crescimento do emprego em sua campanha para ajudar os Democratas a manterem maiorias na Câmara e no Senado nas eleições legislativas daqui a três semanas.
Mas a inflação, que paira perto de uma máxima de quatro décadas, tem sido um empecilho para as perspectivas dos Democratas em uma eleição em que as pesquisas indicam que a economia é a principal questão para os eleitores.
O modelo da Bloomberg Economics utiliza 13 indicadores macroeconômicos e financeiros para prever a chance de retração em horizontes de um mês a dois anos.
Embora a chance de uma recessão dentro de 12 meses tenha atingido 100% sob o modelo, as chances de uma recessão chegar mais cedo também aumentaram.
O modelo vê a probabilidade de uma recessão dentro de 11 meses em 73%, ante 30%, e a probabilidade em 10 meses subiu para 25%, de 0%.
A deterioração nas perspectivas foi impulsionada por uma piora generalizada nos indicadores econômicos e financeiros usados no modelo, segundo a Bloomberg Economics.
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