Economia

Recessão? Brasil tem “andado de lado” desde o final de 2020 e continua longe da pré-pandemia

16 nov 2021, 12:20 - atualizado em 16 nov 2021, 12:22
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O desempenho do Brasil ainda está muito distante daquele visto antes da decretação da pandemia, em março de 2020 (Imagem: Pixabay/xvostenko)

Os números da atividade da economia brasileira em setembro, divulgados pelo Banco Central, revelaram perdas em setembro pelo segundo mês seguido. Isso fez com que o terceiro trimestre fechasse com contração, indicando a possibilidade de recessão técnica.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve recuo de 0,27% em setembro na comparação com agosto, segundo dado dessazonalizado informado pelo BC.

Para piorar o cenário, o BC revisou com força para baixo o dado de agosto a uma queda mensal de 0,29%, de recuo de 0,15% informando anteriormente. O resultado de setembro ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de perda de 0,30%.

O BC revisou com força para baixo o dado de agosto a uma queda mensal de 0,29%, de recuo de 0,15% informando anteriormente (Imagem: Miguel Angêlo/CNI)

Segundo a consultoria LCA,  outubro deve também apresentar uma queda, de -0,2% na passagem anual e de -0,1% na mensal. De acordo com o calendário regular, outubro de 2021 contou com 20 dias úteis, um a menos do que em 2020.

“Essa estimativa para outubro reitera a avaliação já bastante evidente nos dados conhecidos até setembro de que a atividade econômica brasileira, em termos agregados, tem ‘andado de lado’ desde o final de 2020, embora com mudanças importantes de composição que vêm favorecendo uma recuperação um pouco mais rápida do mercado de trabalho nos últimos meses”, aponta um relatório da consultoria enviado a clientes nesta terça-feira (16).

A LCA lembra, contudo, que apesar de a recuperação da atividade agregada brasileira neste ciclo recessivo tenha sido relativamente rápida, com o nível dessazonalizado do final de 2019 já tendo sido retomado no começo de 2021, “o fato é que ainda estamos bastante aquém da tendência pré-pandemia e, principalmente, da trajetória sinalizada pelas expectativas de consenso formuladas pouco antes da decretação da pandemia pela OMS, em março de 2020”.