Recessão à vista? Aparecer mais vezes no escritório pode te salvar da demissão, revela pesquisa
A perspectiva de uma recessão motivada pelo aumento de juros está mexendo com o mercado de trabalho dos EUA.
A pesquisa liberada pela KPMG, uma das maiores empresas em prestação de serviços, esta última quarta-feira mostra que 9 de 10 CEOs consideram a recessão um fato inevitável. Face às dificuldades econômicas que chegam, mais de 50% de líderes empresariais entendem que precisarão cortar empregos nos próximos seis meses.
Nesse processo de escolhas entre quem fica e quem sai, uma outra pesquisa, feita pela beautiful.ai, revela uma má notícia para quem aparece só de vez em quando no escritório.
60% dos gerentes entendem que os primeiros demitidos em um cenário de corte de curtos são os colaboradores em regime híbrido. Já 20% deles ainda estão indecisos quanto a isso. Os 20% restantes discordam de que haja maior propensão de demissão para trabalhadores em modelo híbrido.
Todavia, o reconhecimento desse risco não significa que o modelo digital de trabalho está completamente em risco. Para 70% dos líderes empresariais, o ‘home office’ deve sobreviver às dificuldades econômicas que se aproximam.
Depois do quiet quitting, o teatro da produtividade
Em tempos de ‘quiet quitting’, a desconfiança com a produtividade de colaboradores, principalmente aqueles que optam por trabalhar remotamente, tem tomado conta do debate no mercado de trabalho. Em um estudo da Microsoft, cerca de 85% dos gestores dizem ser mais difícil mensurar o quanto rendem os colaboradores em casa.
A opinião dos líderes está em divergência com a resposta dos colaborados, que dizem ser mais produtivos em casa do que no escritório.
Para entender melhor as raízes desse impasse, a pesquisa da Microsoft investigou métricas objetivas de produtividade – como horas trabalhadas, reuniões, qualidade e quantidade do trabalho completado – e o resultado encontrado dá razão aos colaboradores.
A maior pressão para que colabores se mostrem mais empenhados no trabalho digital já ganhou nome: o teatro da produtividade. O cuidado com status ausente nas plataformas de colaboração ao comparecimento em reuniões que não dizem respeito são alguns dos atos dessa peça, explica a Microsoft.
A preocupação da empresa é a formação de um paradoxo no ambiente de trabalho, uma vez que o acúmulo de gestos de aparência de produtividade podem acabar minando o próprio rendimento dos colaboradores.
Tendências mundiais do mercado de trabalho também são percebidas no Brasil
Os últimos números do Caged mostraram que a quantidade de trabalhadores que pediram para deixar seus empregos bateu o recorde no mês de agosto, pela segunda vez no ano, desde que começou a série histórica, em janeiro de 2020.
A alta fração de demissões voluntárias mostra o Brasil em linha com as tendências mundiais do mercado de trabalho, à medida que mais pessoas trocam a estabilidade de seus empregos por oportunidades mais atrativas para suas vidas pessoais e profissionais.
Além disso, o arrefecimento da pandemia também tem trazido mais pessoas de volta ao escritório, movimento amplificado por dúvidas quanto à capacidade do trabalho feito em casa. Apesar do trabalho remoto representar menores custos à operação das empresas, gestores defendem o formato presencial pela praticidade na tomada de decisões e a possibilidade de maior entrosamento dos times.
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