Brasil

Receita Federal investiga grupo suspeito de sonegar quase R$ 1 bilhão; empresários movimentaram mais de R$ 4 bi

18 out 2022, 10:16 - atualizado em 18 out 2022, 10:16
Receita Federal
(Imagem: Pillar Pedreira/Agência Senado)

A Receita Federal e o Ministério Público do Estado de São Paulo deflagram em conjunto, nesta terça-feira (18), uma operação com o objetivo de juntar provas contra um grupo de empresários acusados de realizar operações fraudulentas para esconder a ocorrência de sonegação fiscal, emissão de duplicatas “frias” e lavagem de dinheiro.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios de contabilidade ligados aos investigados. As ações ocorrem nos municípios de São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Atibaia (SP) e Arujá (SP).

Até o momento, os investigadores já identificaram a participação de 31 pessoas físicas, dois escritórios de contabilidade e 29 empresas de fachada.

Essas empresas emitiram notas fiscais suspeitas de serem inidôneas, entre os anos-calendário de 2015 e 2021, no valor total de R$ 4,25 bilhões, com sonegação fiscal estimada de R$ 903 milhões entre tributos federais e estadual. Nesse período, também foram apuradas aquisições de bens de luxo na ordem de R$ 30 milhões, cujos adquirentes estão sendo objeto de auditoria fiscal.

O grupo investigado, que atua no ramo de gordura animal, é suspeito de controlar diversas empresas sem capacidade operacional, cujo quadro societário é composto por “laranjas”, aliciando contadores e representantes comerciais.

A organização atuaria como elo entre os fornecedores e as empresas produtoras de biodiesel (adquirentes da gordura animal), simulando transações com o objetivo de gerar créditos indevidos de PIS, Cofins e ICMS, além de reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda dos beneficiários finais.

O grupo também seria responsável pela emissão de milhares de notas fiscais e duplicatas “frias” (sem lastro), aplicando golpes em instituições financeiras e/ou Fundos de Investimento de Direito Creditório (FIDCs), que adquiriam os referidos títulos, mas não recebiam os valores devidos.

A comissão obtida pelo grupo econômico, decorrente de operações simuladas, era utilizada na aquisição de bens de luxo (joias, obras de arte, móveis, roupas de grife, relógios, bolsas, veículos, imóveis etc.), aplicações financeiras e viagens internacionais.

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