Receita de exportações de grãos da Argentina atinge máxima de 18 anos em março
A Argentina obteve receita de 2,77 bilhões de dólares com exportações agrícolas em março, disse nesta quinta-feira a câmara de empresas agroexportadoras CIARA-CEC, com os altos preços de grãos levando a arrecadação com os embarques a uma máxima de 18 anos.
A câmara representa empresas responsáveis por 40% das exportações totais da Argentina.
O setor é a principal fonte de dólares para o país, em momento em que o governo tenta estabilizar a economia, lutando para sair de uma recessão de três anos exacerbada pela pandemia de Covid-19.
O setor arrecadou 6,72 bilhões de dólares no primeiro trimestre, disse a CIARA-CEC em comunicado.
Em março, a receita registrou alta de 53,22% na comparação com fevereiro, acrescentou a entidade.
O país, uma potência sul-americana em grãos, é o terceiro maior exportador de milho do mundo, além de maior fornecedor global de farelo de soja, utilizado como ração para suínos e aves da Europa ao Sudeste Asiático.
As colheitas de soja e milho da Argentina ganham força neste mês.
O tempo seco deve ajudar nos trabalhos, embora as altas temperaturas e as chuvas escassas entre meados de 2020 e fevereiro tenham reduzido a produtividade e provocado cortes nas estimativas para as safras.
Neste mês, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu sua projeção para a safra de soja 2020/21 do país a 44 milhões de toneladas, ante expectativa anterior de 46 milhões de toneladas.
Já a Bolsa de Comércio de Rosario diminuiu sua estimativa de produção da oleaginosa para 45 milhões de toneladas, versus 49 milhões vistos anteriormente, citando o período prolongado de seca.
Cerca de 7,9% das áreas plantadas com milho nesta temporada já foram colhidas, enquanto chuvas recentes atrasaram os trabalhos nas lavouras de soja, com 1% da área semeada com a oleaginosa tendo sido colhida até agora, disse a bolsa em relatório publicado na quarta-feira.