Recado indireto do CEO da JBS (JBSS3) ao produtor: consumidor não pagará mais por carne sustentável
Seja no Brasil, seja no mundo, o consumidor não vai pagar pela carne qualquer que for o interesse do produtor em querer “inflacionar” os preços do boi sustentável.
O recado indireto de Gilberto Tomazoni, CEO da JBS (JBSS3) aos produtores passou desapercebido para uma plateia formada por gente do mercado financeiro, na maioria, na sua exposição durante do AgroForum 2022 na quinta, mesmo porque foi ligeiro e sem complementação sobre as questões econômicas envolvendo o Brasil e os destinos da carne brasileira.
Mas foi bem audível.
Equivale dizer que os criadores não devem esperar que as indústrias paguem prêmios por uma matéria-prima produzida por práticas responsáveis porque isso cada vez mais será mandatária no ambiente de consumo global, se traduz diretamente do dito pelo presidente do maior grupo frigorífico do mundo.
Ou seja, mesmo que o consumidor não diferencie a carne que está no prato – da oriunda de áreas de desmatamento, por exemplo, ou de pastos habilitados ambientalmente -, vai chegar ao ponto em que o comprador direto do frigorífico (atacadista, varejista, importador etc) vai dizer: “É sua obrigação”.
O CEO global da JBS falava dos projetos da companhia para ser Net zero em alguns anos, do monitoramento atual de parte dos fornecedores via blockchain (ainda voluntário), dos 90 mil hectares monitorados por satélite e da exclusão de cerca de 15 produtores de seu cadastro por terem sido flagrados em práticas ilegais.
Como complemento, outro recado, este até mais direto: tem muita coisa já disponível para o pecuarista aumentar a produção de carne sem desmatar e, ainda, agregando valor com a diversificação da propriedade, entre as quais a adoção da integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF).
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