Reajustes salariais preocupam? Entenda se isso te afeta ou não

Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou que o ajuste de 92,6% nos reajustes salariais em julho ficaram acima da inflação pelo oitavo mês consecutivo, considerado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como referência.

A pergunta que fica é: será que isso deve ser considerado uma preocupação atual dos brasileiros? Segundo Josilmar Cordenonssi, docente de Ciências Econômicas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), esse aumento está longe de ser um problema, visto que é um movimento normal esperado.

“Depois da pandemia, teve uma certa repressão no valor dos salários. Na recuperação, houve uma queda no desemprego, com a queda de salário médio.”

Ou seja, as pessoas estavam aceitando empregos, com salários mais baixos, para sair da zona de desemprego, após o período sensível pós-pandemia da Covid-19.

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“É saudável que os salários subam mais do que a inflação. Porque salário é renda, né? Então a gente espera que a renda do país, a renda do brasileiro, cresça ao longo do tempo, mas tem que ser o movimento suave, para não impactar a inflação no curto prazo”, afirma. “Isso é o que se espera no desenvolvimento do país, a longo prazo.”

O reajuste salarial de julho ficou em 5% acima da inflação de 3% acumulada nos 12 meses, ou seja, um aumento de 2%. No acumulado até julho, 78,4% do reajustes ficaram acima do Índice de referência, enquanto no mesmo período de 2022 a proporção foi de 20,5%.

Segundo a pesquisa, as projeções pra agosto mostraram que 75% dos reajustes ficarão acima do índice. Já o ajuste mediano salarial ficará em 5% e o INPC em 3,5%.