Reajuste nos combustíveis tem projeções mais altas no IPCA, segundo analistas
A Petrobras (PETR3;PETR4) anunciou na terça-feira (15) um reajuste de preços dos combustíveis para as suas distribuidoras de 16,3% e 25,8%, respectivamente. Os novos valores passam a valer no dia de hoje (16).
O preço médio de venda do litro da gasolina A subiu em R$ 0,41, passando para R$ 2,93 por litro. Já o diesel A teve um reajuste de R$ 0,78 por litro, a R$ 3,80 por litro.
Entretanto, especialistas da XP dizem que as altas vieram abaixo das estimativas de defasagem de preços de combustíveis analisadas pelo time. Segundo cálculos, para zerar a diferença entre os preços domésticos e internacionais, seria necessário reajustar a gasolina em 45% e o diesel em 31%.
Impactos do reajuste nos combustíveis
De acordo com o relatório da XP, a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) calculava, no dia 14 de agosto, defasagem de 24% para ambos os combustíveis. Com isso, a projeção da XP para o IPCA de 2023 subiu de 4,6% para 4,8%.
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Já os analistas do Itaú Unibanco falam em alta de 5,1% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, sendo agosto em 0,31%, setembro em 0,50% e outubro em 0,37%. Para 2024, o banco mantém a projeção em 4,3%.
“De um lado, um mercado de trabalho ainda apertado deve continuar pressionando a inflação de serviços no próximo ano. Já uma queda adicional nos preços de commodities ou uma aceleração no nível dos estoques industriais trazem risco de baixa para a projeção do ano”, diz o relatório.
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o impacto direto do ajuste no IPCA é de 29 pontos-base, o que, somado ao avanço do diesel chega a cerca de 31 pontos-base. Contudo, o mais relevante, de acordo com o economista, é o impacto indireto que o reajuste pode causar, tornando o processo desinflacionário menos intenso e ocasionando eventuais manifestações de caminhoneiros.