Combustíveis

Reajuste nos combustíveis não deve influenciar na política econômica do Banco Central

17 jun 2022, 15:42 - atualizado em 17 jun 2022, 15:42
Banco Central Selic
Nesta semana, o Copom aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Na última quarta-feira (15), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano. No comunicado, o grupo adiantou que na próxima reunião, marcada para início de agosto, a taxa de juros deve ter um novo reajuste de igual ou menor magnitude. Com isso, o mercado começou a apostar que esse seria o final do ciclo de altas.

Mas na economia, tudo pode mudar. Nesta sexta-feira (17), a Petrobras anunciou um novo aumento do preço dos combustíveis: a gasolina terá um aumento de 5,18%, enquanto o diesel foi reajustado em 14,2%. Os novos preços começam a valer a partir de amanhã (18). Com isso, os analistas já indicam que o reajuste nos combustíveis deve aumentar em até 0,2 pp o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022.

A boa notícia é que isso não deve interferir nos planos do Banco Central, por mais que o reajuste influencie a inflação. “A questão é que o BC está olhando lá para o final de 2023. O reajuste dos combustíveis está dentro de contexto geral de inflação extremamente alta e não vão ser 0,15 pp que vão mudar a decisão de política econômica”, afirma o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso.

Já o economista e fundador da plataforma de investimentos Yubb, Bernardo Pascowitch, lembra que a movimentação do Banco Central é lenta. A autoridade monetária não sobe a taxa de juros em um mês e reduz no outro. “A gente vem de um ciclo de alta da inflação no mundo e o reajuste da Petrobras não é inesperado, mesmo porque os preços do petróleo estão subindo. Isso tudo já é monitorado pelo BC e todas as variação dos juros demoram para atingir os resultados esperados.”

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