Combustíveis

Reajuste da Petrobras elevará a inflação em 0,2 ponto percentual

17 jun 2022, 12:11 - atualizado em 17 jun 2022, 15:29
gasolina
(Imagem: Shutterstock)

Nesta sexta-feira (17), a Petrobras anunciou um novo aumento do preço dos combustíveis: a gasolina terá um aumento de 5,18%, enquanto o diesel foi reajustado em 14,2%. Os novos preços começam a valer a partir de amanhã (18). E o brasileiro já pode se preparar para sentir no bolso.

O economista da Garde Asset, Luís Menon, projeta que o reajuste da Petrobras deve elevar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022 em 0,19 ponto percentual. O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, também espera que a alta do combustível tenha um impacto de 0,2 pp na inflação do ano.

Já o economista do Santander , Daniel Karp, calcula que reajuste da gasolina deve ter impacto de 0,13 pp sobre o IPCA de 2022 e que os efeitos do aumento dos preços já deve ser sentido em junho e, principalmente, em julho.

“O que importa mais para a inflação é o reajuste da gasolina, porque o diesel tem uma peso menor no índice. Além disso, o reajuste é para as refinarias, então, a gente tem que imaginar o quanto isso vai virar de aumento para o consumidor. Nós estamos esperando uma aumento de 0,15 pp. Então, o IPCA de para 2022 deve passar de 9,20% para 9,35%”, afirma o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso.

Em maio, os combustíveis subiram 1% ante a alta de 3,20% no mês anterior. Apesar da desaceleração, houve um aumento do peso do item no IPCA: ele passou a responder por 8,13% da inflação, sendo que em abril o percentual era menor, de 7,96%.

Por mais que a inflação aumente no mês que vem, o economista e fundador da plataforma de investimentos Yubb, Bernardo Pascowitch, lembra que o reajuste do preço da gasolina não é uma surpresa. “A gente vem de um ciclo de alta na inflação em todo o mundo, o barril do petróleo também está em alta e o preço dos combustíveis no Brasil estão defasados. Então, o reajuste da Petrobras não foi de todo inesperado e nós vamos continuar vendo altas enquanto a commodity estiver alta.”

Mesmo com o reajuste, o Brasil segue com o preço da gasolina e do diesel abaixo do observado no mercado internacional. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abcom), a gasolina deveria ser vendida a R$ 4,19 o litro, e o diesel, a R$ 5,70 o litro, para manter a paridade internacional.

A partir de amanhã, o preço médio de venda de gasolina da estatal para as distribuidoras será de R$ 4,06 por litro. Já o diesel será de R$ 5,61 por litro.

Além disso, o economista e especialista em investimentos da Empiricus, Matheus Spiess, destaca que o impacto do reajuste também pode ser amortecido pela limitação do ICMS. “Se os planos de renúncias fiscais se manterem, essa elevação nos preços pode ser diluída e até ter um impacto positivo.”

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