Mercados

Ray Dalio: BCs têm limitação para conter desaceleração global

22 jan 2019, 16:57 - atualizado em 22 jan 2019, 16:57

Por Investing.com – Os principais Bancos Centrais (BCs) do mundo talvez tenham ferramentas limitadas para conter uma desaceleração global, cuja percepção se intensifica com menor apetite ao risco manifestada no preço dos ativos no mercado financeiro mundial.

Esta é a avaliação de Ray Dalio, um dos mais bem-sucedidos gestor de fundos hedge do mundo e sócio-fundador da Bridgewater Associates, com cerca de US$ 160 bilhões sob gestão, durante o Fórum Econômico Mundial, que iniciou nesta terça-feira em Davos, Suíça, segundo a plataforma Traders Club.

+ Veja aqui quais são as pequenas gigantes da Bolsa que podem te ajudar a transformar centavos em milhões

Vídeo: Veja a íntegra do discurso de Jair Bolsonaro em Davos

Dalio afirma que direções opostas das políticas monetárias do principais BCs prejudicam a capacidade de atuação conjunta para dissipar incertezas. O gestor cita, como falta de sincronia, as baixas taxas de juros no Japão e na Zona do Euro, que diminuem a margem de atuação para estimular a economia, e o aperto monetário do Fed, que sinaliza desde sua última reunião de política monetária, uma pausa no ciclo de alta da taxa de juros.

Além disso, o gestor adiciona à complexidade do ambiente econômico o maior antagonismo político e social no mundo, com a ascensão do populismo e das disputas comerciais que remetem às condições do mercado na década de 1930, durante a Grande Depressão. “Essas questões políticas estão agora muito ligadas a questões econômicas. É uma característica do ambiente em que estamos”, afirmou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Davos

As preocupações com as perspectivas pessimistas para a economia mundial foram o principal tema do primeiro dia do Fórum em Davos. A maioria dos painelistas declararam que uma queda na atividade global estava em andamento, porém sem riscos iminentes de uma recessão.

O aumento de percepção de risco ocorre após a divulgação, nesta semana, do crescimento de 6,6% do PIB chinês em 2018 – o menor ritmo em 28 anos – e da revisão do FMI, para baixo, de sua projeção para a expansão mundial neste ano, de 3,7% para 3,5% – a menor em três anos.