Internacional

Raúl Castro confirma transição de poder no Partido Comunista de Cuba para nova geração

16 abr 2021, 18:20 - atualizado em 16 abr 2021, 18:20
Raúl Castro
O congresso acontece a cada cinco anos para a organização analisar diretrizes e nomear sua liderança (Imagem: Yamil Lage/Pool via Reuters)

Raúl Castro confirmou que estava entregando a liderança do Partido Comunista de Cuba a uma geração mais jovem e “cheia de paixão e espírito anti-imperialista”, durante o Congresso partidário que começou nesta sexta-feira.

Em um discurso de abertura do evento a portas fechadas, com trechos transmitidos pela televisão estatal, Castro, de 89 anos, disse que tinha a satisfação de entregar a liderança a um grupo de membros que têm décadas de experiência em ascensão nas fileiras partidárias.

“Acredito fervorosamente na força, na natureza exemplar e na compreensão de meus compatriotas, e enquanto eu viver estarei pronto com o pé nos estribos para defender a pátria, a revolução e o socialismo”, disse Castro a centenas de delegados do partido reunidos em um centro de convenções em Havana.

O Partido Comunista de Cuba iniciou nesta sexta-feira o congresso histórico de quatro dias, durante o qual o último dos Castro deixa a cena política após seis décadas de comando dos irmãos Fidel e Raúl na esteira da revolução de esquerda de 1959.

O congresso acontece a cada cinco anos para a organização analisar diretrizes e nomear sua liderança.

Embora ele ocorra a portas fechadas, o partido tuitou um vídeo que mostrou centenas de delegados aplaudindo Raúl de pé ao recebê-lo na manhã desta sexta-feira em um centro de convenções de Havana.

O uniforme militar verde-oliva de Raúl contrastou com o traje civil de seu protegido e presidente, Miguel Díaz-Canel, de 60 anos, que muitos acreditam que assumirá a liderança partidária.

A nova geração de líderes, que não foi forjada pela rebelião contra uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos como a “geração histórica”, não terá uma tarefa simples.

O congresso acontece no momento em que Cuba enfrenta a pior crise econômica desde o colapso da antiga benfeitora União Soviética, e existem sinais de frustração crescente, especialmente entre os cubanos mais jovens.

Novas sanções dos EUA e a pandemia de coronavírus exacerbam uma crise de liquidez na economia centralizada fragilizada, que já sofria devido à diminuição da ajuda da Venezuela.

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