Rápidas transferências em blockchain faz sistemas tradicionais comerem poeira
A indústria de remessas globais é enorme, com bilhões de transações em dólares todos os dias. De acordo com um relatório compilado pelo Banco Mundial em 2017, remessas mundiais chegaram à marca de US$ 613 bilhões em 2016 e quebraram o recorde.
Além disso, em 2017, Índia, China, Filipinas, México e França contribuíram em 35% no total de entrada de remessas. No entanto, China e Índia aumentaram as maiores quantias, chegando a US$ 60 bilhões em 2017.
As principais empresas operando nesse setor continuam a ter lucros significativos todo ano. Por exemplo, a TransferWise, a principal fintech de remessas, anunciou que, para o ano fiscal finalizado em março de 2018, acumulou um lucro líquido pós-tributação de US$ 8 milhões.
Além disso, Transferwise também revelou que seus 4 milhões de usuários fizeram transferências mensais de US$ 3,8 bilhões.
Os dados sugerem que a indústria de remessas mundial vai continuar a crescer. Projeções moldadas por diferentes empresas de pesquisa estimam, regularmente, que esse número irá ultrapassar a marca dos trilhões de dólares nos próximos anos.
O relatório da BlockData corrobora esse parecer: “Espera-se que a indústria de remessas mundial atinja US$ 1 trilhão até 2022 e US$ 1,4 trilhão em 2025”.
A remessa via blockchain é mais barata e muito mais rápida
Já que a indústria de remessas mundial é enorme, não é por falta de desafios. A transferência internacional de dinheiro é, em sua grande maioria, um processo lento e custoso.
Por conta das regulações financeiras globais, em que muitas são relacionadas à Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD), instituições financeiras devem passar por complexas burocracias quando processam tais pagamentos. Para o cumprimento da lei, esses processos levam tempo.
Além disso, instituições financeiras costumam cobrar taxas altas para processar pagamentos, algumas das quais podem ser culpa do número de intermediários envolvidos em uma transação internacional.
Após a pesquisa, BlockData determinou que pagamentos internacionais processados via soluções baseadas em blockchain são significativamente mais rápidas do que as feitas pelo sistema financeiro tradicional.
O relatório afirmou: “O momento de liquidação das remessas é 388 vezes mais rápida via blockchain do que em canais tradicionais”.
Para chegar a esse número, Blockdata utilizou os dados fornecidos pelo Banco Mundial e dados coletados de blockchains selecionados.
A empresa utilizou a média de transações multiplicada pela amostra de 1.800 pagamentos de remessa, assim como a média de transações multiplicada de blockchains selecionados para calcular o número. O relatório acrescentou que “transferências são (…) 127 vezes mais baratas do que em canais de remessas tradicionais”.
Visando capitalizar nas vantagens existentes na tecnologia de blockchain, empreendedores estão criando soluções baseadas em blockchain para a indústria de remessas global.
Blockdata descobriu que o número de empresas de remessas que usam tecnologia de blockchain ou de criptoativos estão aumentando de forma estável na última década.
O relatório classifica GCash (Filipinas), SureRemit (Nigéria) e Instarem (Cingapura) como as principais empresas de remessas baseadas em blockchain.
Curiosamente, os pesquisadores da BlockData descobriram que a maior parte dos fornecedores de serviço que utilizam a tecnologia de blockchain não criaram seus próprios blockchains com um novo criptoativo.
“Nossos resultados mostram que cerca de ⅔ dessas startups fazem uso da tecnologia de blockchain sem terem seus próprios tokens. A maioria delas estão criando em infraestruturas de blockchain já existentes como a RippleNet ou Stellar.”
Outra descoberta importante é o entendimento de que empresas tradicionais estão interessadas na adesão da tecnologia de blockchain para melhorar seus serviços.
Por exemplo, MoneyGram e Western Union estão testando em um serviço proprietário da Ripple, xCurrent, uma solução de liquidação baseada em blockchain, para pagamentos internacionais.
Além disso, bancos como o Union Bank of Switzerland (UBS), Deutsche Bank e American Express também estão desenvolvendo produtos de remessas baseados em blockchain.
O atrativo fornecido pela tecnologia de blockchain para facilitar os pagamentos internacionais também está atraindo outros “players”, como o projeto Libra.
Para usuários da indústria de remessa global, as vantagens fornecidas pelo uso de tecnologia de blockchain tem envolvimentos de longo alcance.
Os momentos de liquidação em blockchain levam poucos minutos enquanto aqueles feitos via sistema financeiro tradicional podem levar até uma semana. A agilidade de remessas implica na diferença entre conseguir pagar o aluguel a tempo ou não ao destinatário.
Além disso, um aumento na velocidade de liquidação é, no fim, bem mais benéfico ao usuário.
Por fim, a economia de custo significa que os destinatários recebem mais dinheiro em comparação à mesma quantidade transferida pelo sistema financeiro tradicional. Isso sugere que os destinatários têm mais fundos a seu dispor e é mais provável que isso melhore sua qualidade de vida.