Política

Randolfe apresenta ao STF pedido de prisão de ministro da Educação

15 jun 2020, 23:59 - atualizado em 16 jun 2020, 0:01
Randolfe Rodrigues
No documento enviado ao STF, Randolfe atribui ao ministro “desprezo profundo” pelo STF e pelos seus ministros (Imagem: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de prisão contra o ministro da educação, Abraham Weintraub. O pedido foi feito ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. Além da prisão temporária ou preventiva de Weintraub, Randolfe pede o seu afastamento imediato, a busca e apreensão de celulares e computadores, a quebra do sigilo de dados e a tomada de depoimento do ministro.

“Esperamos que a mesma coragem que ele tem cercado por apoiadores também tenha diante da justiça”, afirmou Randolfe pelo Twitter. Para o senador, o ministro da Educação tem que explicar as declarações feitas na reunião ministerial de 22 de abril, quando afirmou: que “colocaria esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.

No documento enviado ao STF, Randolfe atribui ao ministro “desprezo profundo” pelo STF e pelos seus ministros e diz que a conduta da reunião foi repetida no domingo (14), em manifestação de apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e contra os demais Poderes.

“Tais demonstrações graves de descaso pela democracia, pela diversidade, pelos Poderes Constitucionais não merecem prosperar, sendo necessária a atuação dos órgãos de controle”, argumenta.

Abraham Weintraub
Também no domingo, no encontro com manifestantes a favor do governo, o ministro da Educação afirmou não querer mais formar sociólogos, antropólogos e filósofos com dinheiro público (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Para o senador, algumas condutas de  Weintraub se enquadram como crimes de responsabilidade e até mesmo como crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, como tentar impedir​ o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos estados​ e fazer propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou
social​.

Repercussão

Também no domingo, no encontro com manifestantes a favor do governo, o ministro da Educação afirmou não querer mais formar sociólogos, antropólogos e filósofos com dinheiro público e disse que esse dinheiro seja usado para formar mais médicos, enfermeiros, engenheiros e dentistas.

Para o senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB), a fala do ministro é preconceituosa e demonstra ignorância. “A obtusa e preconceituosa opinião do ministro reflete o seu temor maior: a sua identificação e aptidão em reproduzir os absurdos históricos cometidos contra a humanidade, e que são debatidos e analisados pelas ciências humanas”, publicou o senador nas redes sociais.

O senador Humberto Costa (PT-PE) classificou Weintraub, como “um dos maiores irresponsáveis da República” e que, mais uma vez, atacou o STF e distribuiu ódio e preconceito. “Autoritário e ignorante, Weintraub vai passar para a história como o pior ministro da Educação do Brasil”, afirmou o senador.

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