Rali do Banco do Brasil (BBAS3): Morgan Stanley vê alta de 64% e cita 5 pontos de otimismo
O investidor que possui Banco do Brasil há alguns anos se acostumou a se deparar com disparadas anuais de mais de 50%. No entanto, até o momento, a ação pouco se movimentou. Em 2024, o papel acumula alta de apenas 0,51%, o que faz parte do mercado questionar se BBAS3 não chegou no seu topo.
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Alguns entraves, como a recorrência da entrega dos resultados do Banco Patagônia, na Argentina, e aumento da inadimplência, em especial no agronegócio, levantaram o sinal amarelo. Porém, para o Morgan Stanley o BB ainda possui espaço para retorno (e que retorno).
O banco tem preço-alvo de R$ 45, potencial de alta de 64% em relação ao último fechamento. A recomendação é de compra.
Aliais, o banco participou do primeiro dia do investidor promovido pelo BB em Nova York e saiu não com um, mas com cinco bons motivos para continuar otimista com o papel.
O BB forneceu algumas informações incrementais sobre sua perspectiva para 2025, concorrência em empréstimos consignados e o fechamento de capital da Cielo, entre outros tópicos.
Veja a seguir.
ROE de 20%
O Morgan diz que a administração continua acreditando que manter ROE (retorno sobre o patrimônio) de 20% será possível em 2025.
E, apesar do cenário macroeconômico, o banco espera cumprir sua orientação para 2024 de 8-12% de crescimento de empréstimos, 4-8% de crescimento de receitas de tarifas e lucro líquido de R$ 37 a R$ 40 bilhões.
Atualmente, o Morgan espera lucro líquido de R$ 38,3 bilhões para 2024.
Para 2025, no entanto, o BB reconheceu que o ambiente será mais desafiador, pois o crescimento do PIB deverá desacelerar (de 3,0% para 1,8% neste ano) e as taxas de juros (Selic) serão mais altas por mais tempo.
“Dito isso, a forte atividade do agronegócio e a demanda saudável por crédito devem sustentar mais um ano de
resultados sólidos, com o ROE provavelmente permanecendo na faixa de 20%”, destaca o Morgan.
Vantagens competitivas em empréstimos consignados
O BB destacou as vantagens do seguimento consignado, considerado menos arriscados, já que desconta diretamente da folha de pagamento.
Atualmente, o banco detém mais de 20% de participação de mercado neste produto e responde por 40% de sua carteira de pessoas físicas.
Sua presença é maior no mercado de empréstimos consignados públicos.
47% de todos os servidores públicos no Brasil recebem seus salários no banco, o que é uma vantagem importante quando se trata de possuir o relacionamento com o cliente para este produto.
“No geral, embora a administração espere que a competição por empréstimos consignados continue bastante acirrada, ela está confiante em sua capacidade de permanecer líder de mercado e continuar a crescer, particularmente em segmentos como INSS e empréstimos consignados privados, onde ela não acha que atingiu sua justa fatia de mercado ainda”, diz.
Cielo e pequenas e médias empresas
Segundo o BB, o fechamento de capital da Cielo deve permitir que ganhe corpo no segmento de pequenas e médias empresas, algo semelhante com que aconteceu com as maquininhas do Itaú (ITUB4), a Rede, que era listada e fechou o capital.
Portanto, a lucratividade autônoma da aquisição não será uma prioridade para a administração. E o BB enfatizou que tanto ele quanto o Bradesco (BBDC4) estão na mesma página quando se trata dessa visão.
“Em nossa opinião, a pressão sobre os preços dos titulares acontecerá mais cedo ou mais tarde, pois o setor de pagamentos no Brasil está se aproximando rapidamente da saturação.
Tecnologia e a digitalização do Banco do Brasil
O BB também explicou que nos últimos três anos, aumentou os investimentos em TI em 125% e expandiu seu quadro de funcionários relacionado a TI em 50%, o que acredita ter se traduzido em uma expansão mais forte da base de clientes e adoção de canais digitais.
Hoje, o BB tem 84,3 milhões de clientes, dos quais 29,2 milhões estão ativos em canais digitais.
“Impressionantemente, o BB tem 9 milhões de visitas diárias médias em seu Super App, com muitos clientes usando o BB como sua conta principal para executar transações PIX (o banco disse que 25% dos volumes de PIX passam por seus canais)”, afirma.
Rede de agências
E enquanto outros bancos fecham agências, o BB diz que o físico continua vivo.
Durante o evento, o banco disse que ainda tem mais de 700 mil clientes visitando suas agências diariamente, um número significativo segundo o Morgan, que continua a impulsionar negócios, já que os tamanhos médios de tickets são 4 vezes maiores nas agências do que nos canais digitais.
“Portanto, ele continuará a se concentrar em integrar ainda mais os canais de serviço digitais e físicos, conforme ilustrado por seu novo modelo de agência Ponto BB”.