Rali de Natal chegou para os varejistas? MGLU3, VIIA3 e AMER3 disparam mais de 10%
As ações dos varejistas listadas na Bolsa brasileira disparavam no pregão desta segunda-feira (19), semana que antecede o Natal. Por volta das 15h50, Via (VIIA3), Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) subiam 16,75%, 15,37% e 12,66%, respectivamente.
Segundo o analista da Nord Research, Victor Bueno, ainda é muito cedo para falar em um rali de Natal, ou até mesmo em um rali até o fim deste ano, devido ao cenário macro ainda “nebuloso”.
Bueno explica que a alta de hoje vem após a queda dos juros longos, depois de sinalizações “mais positivas” quanto ao cenário econômico do país. O analista diz que, nas últimas semanas, notícias negativas relacionadas à PEC da Transição e às nomeações para a equipe econômica de Lula pressionaram os varejistas.
Além disso, a elevação da taxa de juros nos últimos anos comprimiu o poder de compra da população. Esse cenário afetou as receitas das empresas do setor — que viram as despesas financeiras dispararem e os lucros despencarem — e, consequentemente, suas ações.
Em um cenário inflacionário, os varejistas ainda tiveram dificuldade em repassar preços ao cliente.
“O setor foi muito impactado nas últimas semanas e meses, em meio às incertezas econômicas e políticas para os próximos anos, por serem mais sensíveis ao ambiente macroeconômico mais turbulento”, afirmou.
Apesar do alívio das ações nesta segunda, o analista da Nord diz que não se trata de um movimento de recuperação. Ainda é preciso esperar novas sinalizações sobre a PEC e a equipe de Lula para saber os rumos do juros nos próximos anos.
Compras de Natal e os varejistas
As compras de Natal devem movimentar R$ 17,32 bilhões no e-commerce em 2022, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
O número representa aumento de 3,82% em relação ao mesmo período de 2021 — cenário oportuno para varejistas, como Magazine Luiza, Via e Americanas.
As ações dessas empresas são cotadas para ir bem no rali de fim de ano. No entanto, apesar de estarem bastante descontadas na Bolsa, pesa sobre o setor perspectivas de juros elevados em 2023 e risco de Selic a 14%, o que atrapalha o movimento de retomada.
A professora de pesquisa e comportamento do consumidor da ESPM, Karine Karam, coloca que eleições, inflação, juros altos, endividamento das famílias, achatamento da renda das classes C e D — que correspondem a metade do consumo no país — são alguns dos fatores que derrubaram a expectativa para o Natal de 2022.
“O mindset do consumidor ainda não está no Natal. Provavelmente, o brasileiro vai deixar as compras natalinas para a última hora”, diz.
Quer lucrar na Bolsa na semana do natal? MGLU3, VIIA3 e AMER3 estão bem descontadas