Rali de alta do suco de laranja ainda tem fôlego com a quebra brasileira se consolidando
O suco de laranja assegura preços em elevação contínua desde o dia 5 de maio, em rali que demonstra a força que a formidável quebra da oferta brasileira vai gerar.
O contrato maio, driver em Nova York, saltou dos 112,10 para os 119,40 desta terça (16). Só no pregão de hoje avançou praticamente 2% sobre a sessão da véspera.
E tem fôlego para mais, segundo o produtor consultor Maurício Mendes, diante do que ele classifica “a mais difícil de todas as safras” (inclusive nome de artigo recente).
O Cinturão Citrícola, formado por São Paulo e um pouco do Triângulo Mineiro, praticamente berço de tudo que sai para as esmagadoras brasileiras, terá uma quebra de 30% na laranja sobre a safra 19/20. É muita laranja fora de produção. Serão, aproximadamente, 269 milhões de caixas, pelo último levantamento da Fundecitrus, de janeiro.
Mendes recorda que a seca sobre as floradas do começo do segundo semestre do ano passado, floradas tardias, aumento da incidência do greening, formam o pacote da tempestade perfeita sobre os laranjais.
“E que vai deixar a próxima safra [21/22] igual a esta”, complementa o consultor. As severas condições climáticas praticamente eliminaram a tradicional alternância de safra boa, safra ruim.
Para completar o apoio dos fundamentos sobre os preços na bolsa nova iorquina, também haverá perdas substanciais dos pomares americanos, após o frio polar que atingiu até mesmo o Texas. Prejudicou, inclusive, a produção do México, cuja laranja segue para os Estados Unidos sem imposto algum.
Enquanto isso, as perspectivas de consumo melhorando na esteira da vacinação, ao menos nos Estados Unidos, completam o quadro.