Rali das ações em NY pode continuar?
As bolsas de Nova York começaram a dar os primeiros sinais de que estão um pouco sobrecompradas, em meio à forte queda observada nos últimos dois pregões. Os três principais índices acionários já recuperaram mais de 50% da queda desde o início de janeiro.
Então, a pergunta é se o rali do mercado de urso (“bear market rally”) tende a continuar. Afinal, os mercados globais giram muito rápido e é bom estar preparado. Ainda mais quando se trata de qualquer solavanco na “matriz”, em Nova York, com potencial de respingar nas bolsas globais – incluindo no Ibovespa.
“Existem alguns sinais de ‘perigo’ que os investidores precisam estar atentos”, diz o BCA Research, em relatório. Para a equipe de estrategistas de ações dos EUA, existem quatro fatores que podem interromper a atual alta das ações em Wall Street.
A começar pela comunicação do Federal Reserve em relação à taxa de juros. E, segundo a consultoria, quanto maior a ênfase em uma postura mais agressiva (“hawkish”) e a determinação de trazer a inflação de volta para 2%, melhor.
“Pode ser que isso aconteça com os discursos de membros do Fed em Jackson Hole”, avalia o BCA. Além do presidente, Jerome Powell, outros dirigentes também estão agendados para falar durante o simpósio, que começa na sexta-feira.
Além disso, o comportamento dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) de longo prazo também merecem atenção. “Os yields podem aumentar por causa dos movimentos ou discursos do Fed ou porque a economia está superaquecendo”, afirmam os estrategistas da consultoria.
Surpresas negativas
Outros pontos que podem prolongar o rali em Nova York estão relacionados a surpresas negativas. Ou seja, prevalece aquela máxima de que uma surpresa econômica negativa pode ser percebida pelo mercado como “más notícias são boas notícias”.
E elas podem surgir tanto do lado da inflação quanto da temporada de balanços. “Pode haver uma leitura de inflação acima do esperado ou evidências de que o índice de preços ainda está pressionado”, diz o BCA.
Segundo a consultoria, os itens a serem observados são os preços de serviços ou aluguéis, os salários, além do petróleo e outras commodities. Há ainda um fator relacionado a um inesperado crescimento da China.
“Isso para citar apenas alguns fatores”, diz o BCA. Além disso, uma surpresa com os lucros ou previsões (guidance) das empresas americanas mais negativos também estão no radar. Fique atento, investidor!
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