Raízen (RAIZ4): XP vê antecipação de receitas do E2G como positiva e prevê impulso para ação
A Raízen (RAIZ4) informou seus acionistas nesta semana que celebrou “operação comercial” para antecipação de receitas futuras vinculadas a contratos de longo prazo de etanol de segunda geração (E2G).
O acordo soma US$ 617 milhões, e o dinheiro servirá para “sustentar o investimento necessário para a construção das plantas, no âmbito do Programa de E2G”.
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De acordo com a XP Investimentos, que vê o anúncio como positivo, o acordo foi feito com uma trading (não revelada) cuja contraparte é a Shell, que pagará o valor à companhia assim que o volume de 672 milhões de litros for entregue pela Raízen.
Dessa maneira, a corretora projeta um impulso para as ações, já que a medida aborda a principal preocupação deles: o elevado plano de capex para os próximos anos e seu consequente impacto na alavancagem da empresa.
Por outro lado, a XP ainda vê riscos de execução relevantes, uma vez que a antecipação está relacionada a uma quantidade total de 672 milhões de litros de E2G, enquanto a capacidade atual da Raízen é de 112 milhões de litros.
A XP estima que o contrato ofereceu um piso de preço em torno de 1.090 euros por m³, com um desconto implícito não tão significativo no contrato. No caso de os preços futuros ultrapassarem o piso de preço firmado no contrato, a trading receberá US$ 617 milhões por um volume inferior a ~672 milhões de litros, enquanto a diferença será compartilhada entre a Raízen e a Shell.
O plano de E2G da Raízen
A Raízen tem atualmente duas plantas de E2G, com capacidade total de 112 milhões de litros. A empresa pretende chegar a oito plantas até 2027, com uma capacidade total de 686 milhões de litros, a fim de atender a uma demanda crescente por combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), extraindo mais valor de seus campos de cana-de-açúcar e aumentando as iniciativas de captura de carbono.
A Raízen já fechou 4,3 bilhões de euros em contratos de exportação de E2G, sendo o principal cliente a sua acionista Shell. O anúncio da antecipação resolve parcialmente a principal preocupação da XP com a tese de investimento, o alto plano de capex para os próximos anos, uma vez que cada planta tem um custo de R$ 1,2 bilhão.