AgroTimes

Raízen (RAIZ4): UBS rebaixa ação por demora na reestruturação, apesar de ‘caminho dourado’

09 jun 2025, 11:26 - atualizado em 09 jun 2025, 17:46
raízen raiz4
Raízen enfrenta ciclo de ajuste após anos de expansão; UBS prevê desalavancagem lenta e pressões sobre resultados. (Foto: Divulgação)

UBS rebaixou sua recomendação para as ações da Raízen (RAIZ4) de compra para neutro, além de reduzir o preço-alvo do papel de R$ 3,90 para R$ 2,30.

A decisão reflete a fraca geração de caixa nos últimos resultados (-R$ 1,50/ação), o ajuste da dívida para incluir certos itens de capital de giro (-R$ 1,10/ação) e a expectativa de resultados mais fracos no segmento de açúcar e etanol, devido à menor moagem e aos preços pressionados (-R$ 0,50/ação).

Segundo os analistas do banco, o rebaixamento também leva em conta a demora para que a “reestruturação positiva” da companhia se traduza em retornos efetivos para os acionistas.

“Após anos de expansão — que trouxeram complexidade e um salto na alavancagem, com aumento de R$ 11 bilhões para R$ 53 bilhões apenas no ano passado —, além de ventos contrários como juros mais altos e desafios no setor de cana-de-açúcar, a Raízen entrou em um novo ciclo, focado em ganhar eficiência e reduzir o custo da dívida”, comentam Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcellos e Victor Modanese.

Apesar desse “caminho dourado” de desalavancagem, o UBS avalia que a tendência deve se consolidar apenas em um horizonte de dois a três anos.

Nesta segunda-feira (9), RAIZ4 encerrou o pregão com queda de 2,20%, a R$ 1,94.



RAIZ4: O caminho para desalavancagem

Depois de crescer e diversificar seus negócios nos últimos anos, a Raízen terminou o ano-safra 2024/2025 com uma dívida elevada — equivalente a 4,6 vezes tudo o que a empresa gerou de lucro operacional (EBITDA) no período.

Com as taxas de juros nos maiores níveis dos últimos anos e margens operacionais médias, os custos financeiros têm pesado bastante na capacidade da empresa de gerar caixa.

“Modelamos a empresa ainda consumindo caixa em 2025/26 (cerca de  R$1 bilhão negativo com liberação de capital de giro) e provavelmente também em 2026/27 (menos de R$ 1 bilhão), antes de começar a reduzir a dívida nos anos seguintes”.

Ainda assim, o UBS vê potencial de geração de caixa no médio prazo — desde que os juros recuem para abaixo de 12% até o final de 2026 e que os preços do petróleo se mantenham na faixa de US$ 62 a US$ 70 por barril.

“Reconhecemos que podemos ser surpreendidos em ambos os casos — enquanto os ganhos de eficiência em opex e capex podem representar um potencial de alta”, destacam os analistas.

Segundo o relatório, a Raízen vem racionalizando seus investimentos (capex) e buscando eficiência operacional para mitigar os efeitos da expansão recente. No entanto, fora a conclusão de projetos de etanol de segunda geração (E2G) e geração solar distribuída entre 2025 e 2026, o UBS vê pouco espaço para o capex recuar abaixo de R$ 8 a 9 bilhões — dado o elevado custo de manutenção e segurança nas operações de açúcar e etanol, estimado entre R$ 6 e 6,5 bilhões.

“Acreditamos que há pouco espaço para cortes na distribuição de combustíveis no Brasil, considerando a forte concorrência no setor”.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Linkedin
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
Linkedin
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual — toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar