Raízen (RAIZ4): Safra inicia cobertura, vê perfil único, mas destaca riscos; vale investir?
O Banco Safra iniciou a cobertura para Raízen (RAIZ4) nesta semana com recomendação e preço-alvo para 12 meses de R$ 5,60 – potencial de alta em 44%.
De acordo com a instituição, a empresa conta com um posicionamento único no setor de energias renováveis, com a empresas em posição privilegiada na tendência de descarbonização a partir da produção e comercialização de etanol, açúcar e bioenergia.
Na visão do Safra, a Raízen fez da melhoria da produtividade agrícola e da eficiência industrial a sua principal prioridade, o que explica o mau desempenho das ações em relação aos pares desde o IPO (Oferta Pública Inicial) da empresa em 2021.
Apesar disso, essa aposta deve refletir no preço das ações nas próximas safras.
Para o banco, a Raízen está bem posicionada para alavancar a crescente tendência global de energia renovável.
Vantagem competitiva
A Raízen se beneficia de uma extensa área territorial do Brasil, assim como o clima favorável para o cultivo da cana-de-açúcar.
O banco ressalta que devido às condições vantajosas do país, a cana pode ser colhida de cinco a seis vezes antes de ser necessário o replantio.
Isto dá ao Brasil uma vantagem significativa sobre países como a Índia, onde a cana-de-açúcar normalmente requer replantio a cada duas ou três colheitas.
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O ciclo de plantio da cana-de-açúcar no Brasil oferece benefícios de custo notáveis quando comparado a culturas como a beterraba, que exigem replantio anual e rotação de culturas a cada três a cinco anos.
Ser a segunda maior distribuidora de combustíveis no Brasil e na Argentina faz da divisão de mobilidade uma boa fonte de fluxo de caixa.
As operações brasileiras também poderiam se beneficiar da maior estabilidade esperada para os preços domésticos e da menor concorrência de players informais.
O etanol de segunda geração
O etanol de segunda geração (E2G) é um biocombustível avançado cujas características geram um prêmio de preço em relação aos “comuns”.
Uma vez que utiliza resíduos como matéria-prima, não compete com as culturas alimentares e tem uma pegada de carbono ainda menor.
Na visão da Raízen, ter controle sobre o fornecimento de matérias-primas (vinhaça e palha da própria operação) é uma vantagem estratégica que lhe confere maior controle sobre o processo produtivo.
Além disso, ter a sua produção de etanol certificada para ser utilizada como matéria-prima para combustível de aviação sustentável (SAF) abre uma nova via de crescimento num sector difícil de descarbonizar.
Pontos de atenção
No entanto, entre os principais riscos para Raízen, o Banco Safra destaca as seguintes questões:
- Condições climáticas desfavoráveis,
- Preços de commodities,
- Intervenção nos preços domésticos de combustíveis,
- Execução,
- Regulação,
- Fim dos benefícios fiscais,
- Aumento da frota de veículos elétricos
- Desenvolvimentos macroeconômicos na Argentina.