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Raízen (RAIZ4): Safra inicia cobertura, vê perfil único, mas destaca riscos; vale investir?

14 set 2023, 12:31 - atualizado em 14 set 2023, 12:31
raízen safra
Para o banco, a Raízen se beneficia de uma extensa área territorial do Brasil, assim como o clima favorável para o cultivo da cana-de-açúcar (Imagem: Reprodução/Raízen)

O Banco Safra iniciou a cobertura para Raízen (RAIZ4) nesta semana com recomendação e preço-alvo para 12 meses de R$ 5,60 – potencial de alta em 44%.

De acordo com a instituição, a empresa conta com um posicionamento único no setor de energias renováveis, com a empresas em posição privilegiada na tendência de descarbonização a partir da produção e comercialização de etanol, açúcar e bioenergia.

Na visão do Safra, a Raízen fez da melhoria da produtividade agrícola e da eficiência industrial a sua principal prioridade,  o que explica o mau desempenho das ações em relação aos pares desde o IPO (Oferta Pública Inicial) da empresa em 2021.

Apesar disso, essa aposta deve refletir no preço das ações nas próximas safras.

Para o banco, a Raízen está bem posicionada para alavancar a crescente tendência global de energia renovável.

Vantagem competitiva

A Raízen se beneficia de uma extensa área territorial do Brasil, assim como o clima favorável para o cultivo da cana-de-açúcar.

O banco ressalta que devido às condições vantajosas do país, a cana pode ser colhida de cinco a seis vezes antes de ser necessário o replantio.

Isto dá ao Brasil uma vantagem significativa sobre países como a Índia, onde a cana-de-açúcar normalmente requer replantio a cada duas ou três colheitas.

O ciclo de plantio da cana-de-açúcar no Brasil oferece benefícios de custo notáveis quando comparado a culturas como a beterraba, que exigem replantio anual e rotação de culturas a cada três a cinco anos.

Ser a segunda maior distribuidora de combustíveis no Brasil e na Argentina faz da divisão de mobilidade uma boa fonte de fluxo de caixa.

As operações brasileiras também poderiam se beneficiar da maior estabilidade esperada para os preços domésticos e da menor concorrência de players informais.

O etanol de segunda geração

O etanol de segunda geração (E2G) é um biocombustível avançado cujas características geram um prêmio de preço em relação aos “comuns”.

Uma vez que utiliza resíduos como matéria-prima, não compete com as culturas alimentares e tem uma pegada de carbono ainda menor.

Na visão da Raízen, ter controle sobre o fornecimento de matérias-primas (vinhaça e palha da própria operação) é uma vantagem estratégica que lhe confere maior controle sobre o processo produtivo.

Além disso, ter a sua produção de etanol certificada para ser utilizada como matéria-prima para combustível de aviação sustentável (SAF) abre uma nova via de crescimento num sector difícil de descarbonizar.

Pontos de atenção

No entanto, entre os principais riscos para Raízen, o Banco Safra destaca as seguintes questões:

  • Condições climáticas desfavoráveis,
  • Preços de commodities,
  • Intervenção nos preços domésticos de combustíveis,
  • Execução,
  • Regulação,
  • Fim dos benefícios fiscais,
  • Aumento da frota de veículos elétricos
  • Desenvolvimentos macroeconômicos na Argentina.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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