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Raízen (RAIZ4): Safra corta preço por ‘nova fase’, mas ainda vê potencial de 70% para ação

14 mar 2025, 12:39 - atualizado em 14 mar 2025, 12:39
raízen raiz4
(Imagem: Raízen/Divulgação)

O Banco Safra cortou seu preço-alvo para as ações da Raízen (RAIZ4) de R$ 5,60 para R$ 2,90, mantendo sua recomendação de compra, com um potencial de alta de 70% para o papel. O corte reflete a nova fase da companhia, focada na desalavancagem.

“Estimamos que a Raízen esteja negociando a 3,9x EV/Ebitda 2025/26E vs. a média de 5x desde o IPO. Esperamos que a Raízen se beneficie de um foco mais forte nas operações principais e na desalavancagem, o que inclui a venda de ativos não essenciais e uma estratégia de alocação de capital mais disciplinada”, apontam Conrado Vegner e Vinícius Andrade.

Para o banco, as iniciativas da nova equipe de gestão devem levar a uma capacidade de geração de caixa melhorada e, consequentemente, à redução da alavancagem e à melhoria da percepção de risco ao longo do tempo.

“Após as mudanças na equipe executiva, a nova gestão deixou claro que o foco agora é criar valor e simplificar a estrutura corporativa, os processos internos e o portfólio da empresa, além de fortalecer a estrutura de capital da Raízen”.

RAIZ4: 3 linhas de negócio

O Safra reforça que a companhia tem definido 3 linhas de negócios principais:

  1. etanol, açúcar e bioenergia;
  2. mobilidade Brasil;
  3. mobilidade Argentina.

O escopo do braço de negociação foi redefinido para incluir açúcar e etanol e a aquisição de produtos petrolíferos para o negócio de distribuição.

“O ritmo de crescimento do E2G foi desacelerado, pois a Raízen completará as duas plantas atualmente em construção, mas não tem planos para novas, alcançando cinco plantas operacionais até 2027.

Alavancagem, o ‘elefante na sala’

O Safra diz “aplaudir” o claro senso de urgência da gestão da Raízen em abordar sua questão mais urgente, o endividamento.

Após um ciclo de crescimento prolongado, que incluiu aquisições e sua entrada em novas linhas de negócios—como o E2G—, bem como investimentos no segmento agroindustrial, visando fechar a lacuna de produtividade da empresa, a Raízen experimentou um aumento em sua dívida líquida para R$41,5 bilhões no final de 2024 vs. R$17,9 bilhões pouco antes de seu IPO em 2021

A combinação de despesas de capital e o serviço da dívida manteve o fluxo de caixa da Raízen sob pressão, e as mudanças na trajetória e no nível da taxa de juros local aumentaram ainda mais essa pressão, levando a Raízen a queimar caixa nos últimos trimestres.

Embora altamente dilutiva aos preços atuais, uma emissão de ações seria uma maneira de acelerar esse processo, segundo o Safra, mas declarações recentes da gestão indicam que provavelmente esse não é o cenário base deles.

“Além da revisão no cronograma das plantas de E2G, a Raízen tomou medidas na frente de venda de ativos, vendendo projetos de geração distribuída e 900 mil toneladas de cana-de-açúcar, incluindo a própria cana-de-açúcar da Raízen e contratos de fornecedores, e reavaliou os planos para distribuição de combustíveis no Paraguai, reduzindo sua participação originalmente pretendida na operação, consequentemente diminuindo os desembolsos futuros”.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.