Raízen (RAIZ4): Queremos eletrificar nossas usinas e exportar energia de forma líquida para Europa, diz CEO
O CEO da Raízen (RAIZ4), Ricardo Mussa, destacou as vantagens da cana-de-açúcar para converter energia solar em biomassa, mas ressaltou que a energia da planta é pouco aproveitada.
O diretor executivo esteve presente no Bradesco BBI AgroSummit, em São Paulo, e participou do painel sobre biocombustíveis ao lado do CEO da Be8, Erasmo Battistella. O evento reúne autoridades e executivos do setor do agronegócio.
“O setor, as usinas, quando desenvolviam uma colhedora, pensavam apenas no açúcar e não na energia. 1/3 da energia da cana está no caldo e 1/3 está no bagaço, que ainda é mal usado na geração de energia elétrica e gerar vapor para rodar uma usina. O outro 1/3 está na palha. O que fizemos na Raízen, a partir do E2G (etanol de segunda geração), é usar o bagaço para fazer o biocombustível”, explica.
A eletrificação das usinas da Raízen
Segundo Mussa, o E2G, por não competir com a produção de alimentos, conta com um prêmio na Europa, o que fez com que a Raízen entrasse em um mercado mais vantajoso. O CEO comenta que quase 100% do E2G da companhia tem o continente como destino.
“70% – 80% do bagaço da cana é usado dentro das usinas para rodar a operação. As usinas são um negócio antigo, rodando a vapor, sendo essa uma utilização pouco nobre. Hoje, se eu pudesse eletrificar a Raízen, eletrificar todo o parque industrial, seria 1,8x Itaipu de energia elétrica utilizada para destilar o etanol”.
Dessa forma, para o diretor executivo, o Brasil terá um excesso de energia elétrica a partir das energias solares e eólica, mas essas fontes não conseguem ser estocadas. Mussa ressalta que haverá uma integração cada vez maior no país entre o agronegócio e o setor energético.
“A minha visão é que nós temos que pegar essa biomassa do Brasil e transformar em um combustível líquido, para podermos assim exportar biomassa. O meu plano na Raízen é eletrificar o máximo que eu puder, eletrificando o meu processo produtivo, sobrará mais biomassa. A maneira de exportamos energia eólica é através do biocombustível. Temos que importar energia elétrica, a partir da solar e eólica, armazenar em formato líquido e exportar para Europa através do E2G”, completa.