Raízen (RAIZ4) no 3T24: CEO destaca produtividade agrícola, etanol e parceria com Petrobras (PETR4)
A Raízen (RAIZ4) reportou lucro líquido ajustado de R$ 754,4 milhões no terceiro trimestre das safra 2023/2024 (3T24), um salto de 195% na comparação com os R$ 255,7 milhões no 3T23, de acordo com o relatório divulgado ontem (8).
Na manhã desta sexta-feira (9), o CEO da companhia, Ricardo Mussa, falou sobre os números reportados.
“O grande destaque fica por conta da produtividade agrícola. E não só a produtividade; a gente vem fazendo um trabalho melhor, estamos tendo um excelente ano até aqui, reduzindo os nossos custos, que refletem em uma boa margem no setor de combustível, que reflete nesse lucro líquido maior”, disse.
O ponto negativo fica por conta do etanol, em um cenário onde a comercialização do açúcar, em termos de preços, compensa mais que o biocombustível.
“Quando olhamos para o etanol, esse preço mais baixo na comparação com o ano passado trouxe uma demanda muito elevada, com uma boa diferença para a gasolina. E esse consumo deve seguir elevado até março e abril, e ainda há espaço para isso crescer, assim como para uma possível alta nos preços. O consumidor que opta pelo etanol tem uma vantagem comercial muito grande”, analisou Mussa.
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Etanol de segunda geração e o diesel da Raízen
Quanto ao etanol de segunda geração (E2G), Mussa destacou o fato de o produto da Raízen ser único, com contratos de longo prazo fechados e preços mínimos garantidos. “Quando estamos construindo as plantas, elas já ‘nascem’ com 80% da capacidade já vendida, em um processo de autofinanciamento, o que nos ajuda a crescer sem afetar o nosso balanço. Poucos acreditavam que nós brasileiros conseguiríamos implantar essa tecnologia de forma única no mundo”, discorre.
No momento, a planta #2 Bonfim segue em fase final do período de comissionamento, enquanto as plantas #3 a #6 estão com obras em andamento e as plantas #7 a #9 em fase de projeto. A planta #1 no Bioparque Costa Pinto já conta com 25,2 milhões de litros produzidos no acumulado da safra.
A companhia reitera seu plano de atingir 20 plantas de E2G até 2030/2031, com uma capacidade instalada de produção de, aproximadamente, 1,6 milhão de m³/ano, utilizando biomassa não aproveitada no processo do etanol de primeira geração.
O CEO da companhia também destacou que o mercado de diesel segue crescendo e há expectativa para uma expansão ainda maior.
“O Brasil ainda não é autossuficiente de diesel, e o que temos visto na Petrobras (PETR4) e em outros pares é que esse é um mercado muito dinâmico. A estatal fez, sim, há quase um ano, uma mudança na sua política de preços, mas ela segue olhando para o mercado internacional. Nós apostamos muito na nossa parceria com a Petrobras”, comentou Mussa.