Raízen (RAIZ4): Moagem em alta e queda para o etanol; as visões do BTG e XP para a ação no 3T23
Na terça-feira (16), a Raízen (RAIZ4) divulgou sua prévia operacional, com destaque para a moagem no terceiro trimestre do ano-safra 2023/24 (3T23), que totalizou 18,8 milhões de toneladas, salto de 36,2% no ano.
O destaque negativo ficou por conta das vendas de etanol, que somou 1,416 milhões de metros cúbicos, queda de 17,6% na comparação anual.
Com isso, as ações da empresa encerraram ontem com queda de 5,25%, aos R$ 3,79 por ação.
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Visão do BTG Pactual para Raízen
Para o banco, a moagem ficou em linha com o projetado, totalizando 83 milhões de toneladas no ano, avanço de 14% ano a ano.
Por outro lado, a área colhida atingiu 958 mil ha no ano passado, queda de 7% em relação ao ano anterior e de 17% em relação aos níveis de dois anos atrás, sugerindo que a RAIZ4 realmente dedicou uma área muito maior para o plantio de cana-de-açúcar nesta cultura.
A parte negativa veio na forma de um teor de ATR (Açúcar Total Recuperável, que representa a capacidade da cana se transformar em açúcar ou etanol) 5% menor a/a, que totalizou apenas 131 kg/tonelada de cana.
Como resultado, a produção total de ATR aumentou “apenas” 35% no trimestre e 13% maior no acumulado do ano
Por outro lado, a produção de E2G totalizou 8,9 milhões de litros no trimestre (quase 36 milhões de litros anualizados), sugerindo que a primeira planta E2G está finalmente funcionando perto da capacidade total, aguardando que a segunda planta aumente a produção.
Embora o desempenho operacional sugira que uma parte da produção do terceiro trimestre só será monetizada no quarto trimestre, o BTG acredita que a Raízen possa estar no caminho certo para atender a estimativa de EBITDA do ano fiscal de R$ 13,5-14,5 bilhões.
Dito isso, a recomendação para ação segue de compra, com preço-alvo de R$ 8 e potencial de alta em torno de 112%
Análise de XP Investimentos sobre RAIZ4
Para a XP, o principal destaque da prévia operacional da Raízen para o terceiro trimestre foram as vendas de etanol abaixo do esperado (39% abaixo das estimativas).
Segundo a corretora, a perda se deve à estratégia de adiar as vendas de etanol para o período de entressafra, uma estratégia seguida pela maioria dos pares.
As ressalvas quanto à tática se dá por conta da assertividade dessa estratégia, pois os preços do etanol não estão melhorando, apesar da vantagem competitiva em relação à gasolina, enquanto o etanol de milho continua a ganhar espaço.
As vendas abaixo das estimativas de etanol afetam a estimativa de EBITDA ajustado consolidado para o terceiro trimestre em 14%.
No lado positivo, a moagem de cana-de-açúcar ficou 20% acima das estimativas, devido ao clima positivo e a uma temporada de moagem mais longa do que o esperado, levando a uma potencial diluição de custos mais alta no futuro.
As vendas e os volumes de açúcar ficaram 6% e 8% abaixo das estimativas, o que também representa um risco baixista em nossas estimativas.
Ainda assim, a XP mantém sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 6 e potencial de alta de 58%.