Raízen (RAIZ4) lidera quedas do Ibovespa nesta segunda (20), após prévia operacional e abandono do guidance
As ações da Raízen (RAIZ4) lideravam as quedas do Ibovespa por volta das 11h40 desta segunda-feira, recuando 5,88%, após a divulgação da prévia operacional e abandono do guidance da safra 2024/2025. A controladora Cosan (CSAN3) caía 3,66% no mesmo horário.
Na última sexta-feira (17), a Raízen divulgou sua prévia operacional do terceiro trimestre da safra 2024/2025 (3T24’25), reportando uma queda de 26,6% (13,8 milhões de toneladas) para a moagem no comparativo com o mesmo trimestre da safra passada (3T23’24)
As vendas de açúcar próprio somaram 1,168 milhão de toneladas, com preço médio entre R$ 2.400 e R$ 2.550 por tonelada. O volume representa uma queda de 10,1% contra um ano antes.
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Já as vendas de etanol próprio somaram 895 mil metros cúbicos (+21,44%), ante 737 mil em igual trimestre da safra passada, com preço médio entre R$ 2.800 e R$ 2.950 por m³.
Quanto a produção de etanol de segunda geração (E2G), ela mais que dobrou no comparativo anual, saindo de 8,9 mil m³ para 18,5 mil m³, uma alta de 107,87%.
Ainda na última sexta, a Raízen anunciou a descontinuação da operação da sua planta piloto de E2G, localizada em Piracicaba (SP). A unidade, inaugurada em 2025, passará a operar dedicada a testes e futuros desenvolvimentos do biocombustível. No dia 14 de fevereiro, a Raízen divulga seus resultados referentes ao terceiro trimestre da safra 2024/2025.
Visão do Itaú BBA e BTG Pactual
O Itaú BBA, que conta com recomendação outperform (compra) e preço-alvo de R$ 4,50 (potencial de alta de 120,6%), estima que a Raízen reporte um Ebitda ajustado R$ 3,375 bilhões e um lucro líquido de R$ 202 milhões.
No geral, a produção de açúcar equivalente variou de 1,8 a 1,9 milhão de toneladas, abaixo das estimativas do BBA de 2,2 milhões de toneladas, com o açúcar compreendendo 44% do mix de produção.
“Como resultado da menor produtividade e de uma taxa de conversão de açúcar, as vendas próprias de açúcar ficaram 15% abaixo de nossa previsão, totalizando aproximadamente 1,2 milhão de toneladas, embora com preços de realização 12% maiores do que o previsto. Por outro lado, os volumes de etanol excederam nossas estimativas em 15%, embora os valores tenham sido 9% menores do que o esperado. Esses números implicaram um ajuste para baixo de 4% em nossas projeções de Ebitda para a Raízen para o trimestre”, apontam Monique Martins e equipe.
Segundo o BTG Pactual, a Raízen é uma tese de desalavancagem que precisa voltar ao básico, após uma profunda reformulação da equipe de gestão e uma revisão nas prioridades de crescimento e alocação de capital da empresa.
“Até mesmo o E2G, antes o principal motor de crescimento da Raízen, está sendo repensado. Mantemos nossa recomendação de compra (preço-alvo de R$ 7 e potencial de alta de 243,1%) por ora, enquanto esperamos que até mesmo uma pequena melhora no perfil de FCF (“fluxo de caixa livre”) possa desbloquear um significativo potencial de valorização das ações”, vê Pedro Soares e equipe.
Veja a prévia operacional da Raízen