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Raízen (RAIZ4) e Javier Milei: Como as ações devem surfar com novo governo da Argentina?

21 nov 2023, 15:56 - atualizado em 21 nov 2023, 15:56
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Analista enxerga um destravamento de recursos para Raízen, ao passo que já existem muitas avenidas de crescimento para a empresa; veja (Montagem: Money Times)

A eleição de Javier Milei como novo presidente da Argentina domina as atenções do mercado.

O libertário de extrema direita conta com propostas ousadas como a dolarização da economia do país, fim de taxações às exportação e o encerramento do Banco Central argentino.

Durante o Giro do Mercado desta terça-feira (21), a analista da Empiricus Research, Larissa Quaresma, falou sobre a chegada da Raízen (RAIZ4) na Argentina em 2018, pouco antes da forte crise econômica.

Quaresma ressalta que a operação no país é verticalizada, tendo tanta a refinaria como a rede de distribuição de combustíveis.

“Esse cenário dá uma vantagem para a empresa, já que ela tem uma margem gorda que permite, apesar de desvalorizações cambiais, ela está muito protegida por conta dessa verticalização”, diz.



Outro fator que ajuda a Raízen na Argentina fica por conta da racionalidade do mercado, que viabiliza remarcações constantes de preços, assim como a não existência de postos de bandeira branca, que afetam a competividade no Brasil, por exemplo.

“Por fim, a companhia faz uma gestão inteligente de seus passivos em termos de câmbio, tomando emprestado peso argentino mas realizando vendas em dólar, um passivo que diminuí versus uma receita que sempre aumenta”, pontua.

Como governo Milei pode impactar a Raízen na Argentina?

A analista da Empiricus ressalta que ainda é cedo para tirar conclusões sobre os efeitos da eleição de Milei para Raízen.

No entanto, com base nas indicações do novo presidente, há chance para um destravamento de recursos.

“Há cerca de 3 anos, todo lucro gerado por empresas estrangeiras operando na Argentina está congelado, o que gera o travamento desse valor, com a obrigação de investimentos dentro do próprio país, em meio a uma moeda que se desvaloriza diariamente. Com o fim dessa medida, isso poderia destravar um valor grande para Raízen, nem que seja para o próprio investimento na operação do país, o que pode ser bem positivo”, comenta.

Por fim, Quaresma acredita que há muitas avenidas de crescimento para a empresa que ainda não estão sendo precificadas pelo mercado, como é o caso de etanol de segunda geração (E2G).

“Ainda assim, preferimos capturar esse vetor de crescimento pela Cosan (CSAN3), que conta com um desconto de subsidiária em torno de 30%”, conclui.

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