Raízen (RAIZ4) deve superar fiasco do etanol; desconto nas ações supera 50%
O mercado ainda não precificou com precisão o quanto a Raízen (RAIZ4) deve superar o fiasco do etanol nos próximos trimestres, conforme o Bank of America. Analistas do banco avaliam que a produtora de açúcar e etanol pode disparar mais de 50% nos próximos 12 meses.
Embora os resultados da Raízen no primeiro trimestre da safra 2023/2024 tenham saído mistos, o banco estrangeiro destaca três pontos positivos:
- melhora significativa das margens da cana-de-açúcar;
- estratégia de hedge (proteção) favorável ao açúcar; e
- prêmio nos preços do etanol.
Com um valor de mercado no etanol de segunda geração ainda despercebido, o Bank of America reitera compra para a Raízen, com preço-alvo de R$ 5,90.
Portanto, a ação ainda tem um bom desconto ante a cotação atual ao redor de R$ 3,80.
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Raízen abastece com etanol
O etanol começa a reverter o fiasco no último trimestre. Afinal, o reajuste de preço da gasolina pela Petrobras (PETR4) deve valorizar o etanol.
Conforme o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, o aumento da gasolina deve ajudar na comercialização de etanol da companhia. Ele admitiu preocupação com os valores baixos do biocombustível, reflexo da política da petroleira para o derivado de petróleo, durante teleconferência.
A Raízen registrou queda de 23,3% nas vendas de etanol de suas usinas, para 1,07 bilhão de litros, no primeiro trimestre da safra 2023/24.
Por isso a safra reflete a estratégia de comercialização, “em função da perda momentânea de competitividade do etanol frente à gasolina no período”, além da maior destinação de cana para a produção de açúcar.
A produção de etanol de primeira geração atingiu 944 milhões de litros no trimestre, queda anual de 6,4%.
Já a produção de etanol de segunda geração, a partir de biomassa, somou 7,7 milhões de litros no trimestre, aumento de 1,3% na mesma comparação, e deve avançar mais com a inauguração em setembro da Planta #2, em Guariba (SP), com capacidade de 82 milhões de litros/ano.
Com queda nas vendas de etanol maior do que na produção do combustível primeira geração, os estoques aumentaram 2% para 734 milhões de litros ao final do trimestre, na comparação anual.
Mussa destacou que os preços do etanol tradicionalmente se fortalecem no mercado interno ao final do ano. É quando começa a entressafra no centro-sul, e que também a companhia foca exportações do combustível.
Prêmio do etanol
A Raízen afirma que o preço médio de venda do etanol da Raízen tem prêmio de 17% sobre o preço de referência do mercado local. Portanto, o portfólio da empresa privilegia a venda de etanol industrial e combustível para clientes globais com precificação diferenciada.
Atualmente, 80% do etanol produzido pela Raízen é anidro (misturado à gasolina no Brasil) e possui precificação diferenciada e prêmios de baixo carbono, segundo a empresa.
O CEO disse também que aumento de preços do diesel pela Petrobras era esperado, porque a situação estava desafiadora para o suprimento do combustível no país.
*Com informações da Reuters