Raízen (RAIZ4) desaba mais de 5% e XP espera resultados fracos; ação pode cair ainda mais
As ações da Raízen (RAIZ4) evaporavam mais de 5%, com a empresa acompanhando a baixa do setor de açúcar e etanol nesta terça-feira (14). Números fracos de seus pares sinalizam que a empresa também teve um desempenho aquém no terceiro trimestre da safra 2022/2023 (3T23).
Hoje após o fechamento do mercado, a companhia divulga seu balanço referente ao quarto trimestre de 2022 (4T22). A expectativa da XP Investimentos é de piora em todas as linhas de operação da Raízen.
Por volta das 14h (horário de Brasília), as ações preferenciais da Raízen afundavam 5,9% a R$ 3,03 cada. Na abertura do dia, os papéis chegaram a valer R$ 3,21.
O mercado tem batido nas produtoras de açúcar e etanol São Martinho (SMTO3) e Jalles Machado (JALL3), que chegaram a registrar indicadores abaixo do esperado, após divulgaram resultados na véspera.
A XP Investimentos segue otimista com a Raízen no longo prazo e reitera recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 9,60. Porém, no curto prazo a ação pode cair ainda mais.
Ação pode cair ainda mais
Desde o seu IPO em agosto de 2021, as ações da Raízen se desvalorizaram quase 60%.
A isenção de impostos federais sobre os combustíveis no ano passado corroeu as margens das usinas de etanol, e muitas operações da empresa foram impactadas.
“A unidade de distribuição de combustíveis enfrenta uma concorrência mais acirrada, pois o mercado está com oferta acima da média, pressionando as margens das distribuidoras. A Raízen pode até registrar uma receita 4% maior no 3T23, mas a menor margem deve provocar queda de 16% do Ebitda ajustado na comparação anual”, afirma a XP.
No consolidado, a corretora espera que a Raízen registre no 3T23 uma receita líquida de R$ 55,56 bilhões ante R$ 55,38 bilhões um anos antes. O Ebitda ajustado (lucro antes de impostos depreciação e amortização) deve totalizar R$ 2,83 bilhões antes em R$ 3,36 bilhões.
“Com a queda de lucro operacional, isso tornará mais difícil para a Raízen atingir o guidance anual de R$ 13 a R$ 14 bilhões de Ebitda ajustado, podendo se aproximar da nossa projeção de R$ 12,7 bilhões”, advertem os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.