Raízen (RAIZ4) compra unidade da Shell e hoje as ações despencam. Ou é a safra?
A forte queda da Raízen (RAIZ4) na bolsa de valores nesta terça (3), que já tocou a máxima de 10% mais cedo, está deixando os analistas sem muitas respostas. A princípio pode estar mais ligada à compra da unidade de lubrificantes especiais da sua sócia Shell.
Neste momento, às 15h58, as ações caminham em menos 9,71%, a R$ 5,95, ao passo que o Ibovespa está praticamente estável agora, se recuperando das baixas.
O valor do negócio com a Shell, sobre a fábrica da Ilha do Governador, não foi informado no comunicado ao mercado, na segunda, mas tendo em vista que o market share dos lubrificantes especiais representa 15%, de acordo com a ANP, os investidores podem ter saído de suas posições à espera de mais informações.
Algumas corretoras procuradas por Money Times preferiram não aparecer porque ainda paira a dúvida, além da consolidação dessa compra, em relação, também, ao setor de etanol e açúcar. O primeiro é mais relevante para a Raízen, a maior produtora mundial de bicombustível.
Alguns observadores e agentes do setor sucroenergético também não avaliam pressão muito fortes de fundamentos.
A menos no curto prazo, com pouco mais de estoque de etanol, em safra 22/23 ainda devagar, porém com capacidade de reação mais à frente, tendo em vista o viés do petróleo sem ter perdido sua linha de alta até que o imbróglio na Ucrânia caminhe para uma solução, como avalia Maurício Murici, da Safras & Mercados.
Martinho Ono, da SCA Trading, também não registra a fuga de investidores por esse ângulo. “É algo pontual”.
A Cosan (CSAN3), dona da metade da Raízen, também caí bastante, 3,36%, a R$ 19,58.