Raízen negocia compra da Biosev com pagamento em ações
A gigante brasileira de açúcar e biocombustíveis Raízen Energia está em negociações para comprar a Biosev, subsidiária local de açúcar da Louis Dreyfus Holding, segundo pessoas a par do assunto.
O negócio incluiria reestruturação de dívida e uma troca de ações que daria à Biosev uma participação minoritária na Raízen, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas e podem não levar a um acordo.
Os bancos concederiam uma extensão da dívida de R$ 7,3 bilhões da Biosev em troca do pagamento adiantado de parte dela pela Louis Dreyfus, disseram as pessoas.
A Raízen, a Biosev e a Louis Dreyfus não quiseram comentar.
Um acordo com a Raízen ajudaria a resolver a batalha de anos da Biosev para resolver a questão do seu endividamento. Na última reestruturação, a controladora teve que injetar cerca de US$ 1 bilhão na empresa.
Os problemas da Biosev começaram com um período de excedentes de açúcar e controle de preço da gasolina que reduziram a demanda por etanol. Os preços globais do açúcar estão cerca de 50% abaixo do pico de 2016.
No ano-safra encerrado em março, a Biosev teve prejuízo líquido recorde de R$ 1,55 bilhão, seu nono resultado negativo consecutivo. Sua dívida aumentou 22% em relação ao ano anterior em meio à desvalorização cambial, o que gerou descumprimento de covenants financeiros.
A Raízen, uma joint venture entre a Royal Dutch Shell e a Cosan, é a maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil. A Biosev marcaria sua maior aquisição.
“A Biosev não comenta rumores e reafirma que permanece focada na competitividade operacional, visando aumentar sua geração de caixa, fortalecer sua estrutura de capital e cumprir os compromissos assumidos com todos os stakeholders”, afirmou a empresa.