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Raízen deve atuar em etanol de milho com logística e trading, diz executivo

09 mar 2020, 13:36 - atualizado em 09 mar 2020, 13:36
Raízen
A Raízen deverá participar da logística e comercialização em etanol de milho a partir de abril (Imagem: Facebook/Raízen)

A Raízen deverá participar da logística e comercialização em etanol de milho, cuja produção tem sido crescente no país, mas a companhia não deverá ser uma produtora, afirmou nesta segunda-feira Ricardo Mussa, que será o novo presidente da empresa a partir de abril.

Durante apresentação em reunião de investidores da Cosan (CSAN3), que é uma das donas da Raízen, juntamente com a Shell, Mussa afirmou que há questões, como investimento e descasamento de preços entre milho e etanol, que limitam o interesse da empresa no mercado do etanol do cereal.

“Não vejo grandes vantagens para a Raízen estar verticalizada no etanol de milho, mas vamos participar na logística e trading”, declarou.

O setor de etanol de milho tem avançado no Brasil e atraído interesse de grandes empresas como a chinesa Cofco, a “trading” de grãos Amaggi e a Raízen, conforme publicado pela Reuters com informações de fontes em meados de dezembro.

No final do ano passado, o país possuía oito usinas que convertem milho no biocombustível, além de outras seis em construção e pelo menos sete em fase de design.

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Refinarias e cbios

Ao ser questionado sobre os planos da Raízen na área de refino –ela participa de processo de desinvestimento em refinarias da Petrobras–, Mussa afirmou que o valor da eventual entrada da companhia nesse setor no Brasil estará “na integração” das atividades de combustíveis.

A Raízen, que é uma das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, avalia ainda que haverá um benefício para o mercado, independentemente de quem sejam os novos donos das refinarias da Petrobras, já que o refino deixará de ter um monopólio estatal no país.

“O ‘business’ de combustível vai se beneficiar, vai ser um ente privado. Não acho que é um ganho operacional (na atividade de refino), acho que é um ganho de ‘mix’, de como opera a refinaria, não acho que o ‘upside’ está em redução de custos”, comentou ele, durante sua apresentação.

A Raízen, que é uma das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, avalia ainda que haverá um benefício para o mercado (Imagem: Facebook/Raízen)

O executivo disse ainda que a Raízen se prepara para ser líder nas negociações de Cbios, os certificados de descarbonização estabelecidos pelo programa de incentivo aos biocombustíveis RenovaBio.

Filipe Ferreira, presidente da Moove, a empresa de lubrificantes da Cosan, disse ainda estar confiante com a expansão do mercado de etanol na Índia, que avançou em produtividade de cana.

Segundo ele, uma maior produção do biocombustível pelos indianos poderia ajudar a reduzir excedentes de açúcar.

Ele não comentou, no entanto, em que prazo a Índia poderia avançar em etanol.