RAIZ4, SMTO3 e AGRO: BofA reforça ambiente positivo para açúcar e etanol, mas corta preço-alvo de ações; entenda
O Bank of America (BofA) reforça sua visão positiva para preços mais fortes de açúcar e etanol. Segundo o banco, a menor moagem de cana no Brasil, dada a seca e os incêndios florestais, manterá o mercado global de açúcar equilibrado e a oferta e demanda local de etanol apertada.
A instituição vê fundamentos para os preços do açúcar em US$ 0,21 – 0,22 e uma alta de 10% no etanol no fim de 2024/2025. “Prevemos oferta e demanda apertadas, principalmente para etanol, já que os volumes de moagem de cana no Brasil ficaram abaixo das expectativas devido ao clima seco e os recentes incêndios florestais no estado de São Paulo devem levar a uma produção ainda menor”, explicam Isabella Simonato e Julia Zaniolo.
Segundo as analistas, há também um risco para os volumes de moagem de cana no Brasil em 2025/2026, dado um período de entressafra potencialmente mais seco e impactos de produtividade dos incêndios florestais, especialmente em áreas de renovação. Neste cenário, o BofA cortou seus preços-alvo para Raízen (RAIZ4), Adecoagro (AGRO) e São Martinho (SMTO3).
O que fazer com ações?
Apesar de ainda ser sua top pick (ação favorita), o banco reduziu sua estimativas para Adecoagro de US$ 15,5 para US$ 14,5 (potencial de alta de 31,22%), refletindo os rendimentos das safras na Argentina ligeiramente abaixo das expectativas, mas ainda acima ano a ano, e preços mais baixos de grãos. No entanto, eles esperam que o Ebita cresça 19% anualmente em 2024, impulsionado pelos preços de açúcar, etanol e arroz.
“As ações são negociadas com um rendimento atrativo de 14% FCF em 2025E, e esperamos um rendimento de 12% para os investidores em 2024 se o programa de recompra for totalmente concluído”.
Para São Martinho, o BofA reforça compra com o preço-alvo saindo de R$ 39 para R$ 37 (potencial de 41,22%), já que a empresa deve se beneficiar de hedges sólidos de açúcar e preços mais altos de etanol em 24/25.
“O Ebitda deve aumentar ainda mais em 25/26 com preços realizados mais altos. As ações são negociadas a 3,2x EV/Ebitda no AF26 vs. 4x média”, dizem.
Já para Raízen, a expectativa é de uma melhora nos lucros no ano-fiscal 2025, com margens de distribuição de combustível mais altas e preços fortes de açúcar e etanol.
“Apesar disso, a falta de geração de fluxo de caixa no curto prazo continua sendo uma preocupação. Reiteramos nossa classificação de Compra nas ações com preço-alvo saindo de R$ 4,90 para R$ 4,60 (potencial de 52,82%)”.