Mercados

Radar do mercado: Payroll e o que mais importa para a bolsa hoje, segundo 4 analistas

03 dez 2021, 10:12 - atualizado em 03 dez 2021, 10:12
Emprego EUA
EUA divulgam os dados de emprego de novembro (Payroll). (Imagem: REUTERS/Eduardo Munoz)

O Ibovespa futuro cai 0,19% nesta sexta-feira (3), aos 104,4 mil pontos, após o principal índice da bolsa fechar o dia anterior em alta de 3,7%, com a aprovação da PEC dos Precatórios no Senado.

As bolsas internacionais e mercados futuros amanhecem sem movimentos expressivos, enquanto investidores aguardam novos dados sobre o desemprego americano.

Na China, o índice de Hong Kong encerrou em baixa de 0,1%, com a notícia de que a Didi, conhecida como a Uber chinesa, sairá da bolsa americana após ordem do governo.

O petróleo amanhece em alta de 2,4%, mesmo após decisão da Opep+ em manter o plano de aumento de produção em 400 mil barris/dia a cada mês, até o final de 2022.

Veja o que esperar desta sexta, segundo alguns dos principais analistas do Brasil:

Commcor: Foco no Payroll

A Commcor voltou a chamar a atenção para a volatilidade da semana, não apenas pela proximidade das decisões de política monetária do Copom (dias 7 e 8) e do Fomc (dias 14 e 15), mas também por conta de relevante agenda norte-americana.

Às 10h30, o país divulga os dados de emprego de novembro (Payroll). Os EUA informam também, às 11h45, os PMIs de Serviços e Composto e, logo na sequência, às 12h, Pedidos de Fábrica de outubro.

“Tais dados têm uma relevância ímpar no atual momento de especulações acerca da condução da política monetária pelo Federal Reserve, que vem adotando, através de seu Presidente, Jerome Powell, uma abordagem considerada mais hawkish, com maior peso à realidade de forte inflação e menor relevância – por ora – ao atual momento da pandemia”, diz trecho do relatório.

Rico: Vem vacina, cai petróleo

A Rico destaca que o pronunciamento de cientistas sul-africanos, pontuando que as vacinas atuais devem ainda oferecer proteção contra casos severos da variante Ômicron, parece amenizar a volatilidade dos mercados pela manhã.

“Enquanto isso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) surpreenderam o mercado ao manter os planos de aumentar a produção em janeiro, trazendo alívio aos preços de petróleo”, diz.

O relatório da corretora lembra que, no Brasil, o preço do petróleo para baixo tira um pouco a pressão por novos reajustes dos combustíveis.

“Além disso, pode ser que vejamos o preço na ponta cair se, de fato, esse cenário de barril de petróleo na casa dos 65 a 70 dólares (tipo Brent) se comprovar”.

XP: PIB revisado

A XP Investimentos comenta a queda de 0,1% do PIB do Brasil no terceiro trimestre, em linha com a expectativa da corretora: “por enquanto, vemos a atividade doméstica crescendo modestamente no quarto trimestre (0,3% no trimestre; 1,3% no comparativo anual)”.

Para os analistas da casa, a atividade econômica perdeu força antes do esperado. “Cortamos nossa projeção de crescimento do PIB para 2021 de 5% para 4,5% e também reduzimos a projeção para 2022 de 0,8% para 0%”.

Para a XP, o Banco Central tende a manter o ritmo de aperto por mais tempo, considerando a inflação elevada e as incertezas fiscais. “Dessa forma, ajustamos nossa taxa Selic terminal de 11,0% para 11,5% (22 de março)”, diz a corretora.

“O crescimento econômico mais fraco, no entanto, deve abrir espaço para cortes nas taxas antes do final do ano de 2022”.

Genial: Novo Marco do Saneamento

A Genial Investimentos lembra que o STF decidiu ontem por constitucionalidade do Novo Marco do Saneamento.

“Um dos pontos a ser debatido era o fim dos chamados ‘contratos de programa’, que assegurava a empresa estatal a renovação da concessão por mais 30 anos”, diz. “Agora, a concessão irá ser relicitada via leilões”.

A corretora lembra que, ainda de acordo com o Novo Marco, a cobertura de água e esgoto deverá ser de 99% e 90%, respectivamente, até 2033.

“Com mais de 90% das concessões do Brasil ainda sob concessão estatais, vemos um grande ciclo de oportunidades de privatização no setor de saneamento – inclusive as estatais de capital aberto, que muito possivelmente devem ser alvo de privatização ao longo desta década”.