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Radar do mercado: O que importa para a bolsa nesta sexta, segundo 5 analistas

17 dez 2021, 9:55 - atualizado em 17 dez 2021, 9:55
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(Imagem: Reuters/Ina Fassbender)

A reação do mercado a uma postura mais contracionista dos bancos centrais em vários países, diante do avanço da inflação global, é o destaque dos relatórios de abertura das corretoras nesta sexta-feira (17)

O Ibovespa futuro operava em baixa de 0,6% nesta sexta, após os mercados globais começarem o dia negativos, com queda de 0,3% nos Estados Unidos e baixa de 0,7% na Europa.

Na China, ambos o índice CSI 300 recuou 1,6% e Hang Seng caiu 1,2%, em um momento em que os EUA anunciaram novas sanções sobre produtos importados do país.

Veja abaixo o que comentam as corretoras sobre o pregão desta sexta:

XP: Tendência de aperto

XP Investimentos diz que a tendência geral de aperto da política monetária “parece ser clara, embora os diferentes caminhos percorridos pelos bancos centrais sublinhem as profundas incertezas sobre como a variante Ômicron, de rápida disseminação, afetará as economias”.

A corretora destaca que o Banco do Japão anunciou que reduzirá seu programa de flexibilização quantitativa no final de março, encerrando as compras de títulos corporativos e notas promissórias.

A decisão foi anunciada após os maiores bancos centrais da Europa tomarem medidas para combater o aumento da inflação na quinta-feira, com o Banco da Inglaterra aumentando as taxas de juros pela primeira vez desde o início da pandemia e o Banco Central Europeu dizendo que encerrará seu programa de compra de títulos de emergência em três meses, lembra a corretora.

Rico: Impacto sobre as techs

A Rico destaca que o movimento negativo dos mercados globais nesta sexta é influenciado principalmente pela queda de ações de tecnologia, que reagem ao aumento de juros e redução de estímulos monetários ao redor do mundo.

“Maiores juros tendem a impactar empresas que tem grande parte da sua atratividade em perspectivas de crescimento no longo prazo, como as de tecnologia, por aumentarem o custo de financiamento e reduzirem o valor da empresa analisado hoje, quando considerado esses custos mais altos no futuro (o famoso “valor presente”)”, diz a corretora.

“Na China, empresas de tecnologia também sofrem por conta de novas sanções dos EUA sobre produtos importados do país, após a inclusão de 34 novas empresas à lista de entidades para quais a exportação de tecnologia americana é proibida”.

Commcor: Copom contracionista

A Commcor sublinha que o Copom também mostrou grande preocupação com relação a inflação e, apesar de dados fracos da economia Brasileira, reforçou sua postura hawkish em seu último encontro.

A corretora lembra que uma postura mais dura do Copom dá maior incentivo para a entrada de capital, fortalecendo o real.

“Todavia, o posicionamento mais rígido também dos demais bancos centrais, o risco Brasil e o fluxo tradicional de fim de ano tem sido contraponto de uma Selic mais alta, explicando assim boa parte da dificuldade recente da moeda doméstica de se valorizar”.

Terra Investimentos: Fundo eleitoral no radar

A Terra Investimentos destaca que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em entrevista sobre o Relatório Trimestral de Inflação, falou sobre sua preocupação com as expectativas inflacionárias fora da meta, informando que irá elevar a taxa Selic o quanto for necessário, induzindo a economia para uma recessão.

“No radar de hoje, Congresso irá votar para derrubar o veto de Bolsonaro do Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões. Planos para desestatização da Eletrobrás são mantidas para até metade do ano que vem”, diz a corretora.

Genial: Semana agitada em Brasília

A Genial comenta que essa foi uma semana movimentada no Congresso no qual foram aprovados os projetos de Lei da BR do Mar e do Marco Legal das Ferrovias, matérias que seguem para a sanção presidencial.

“Na nossa avaliação, estes projetos são extremamente importantes para aprimorar a infraestrutura logística do Brasil, um país de dimensões continentais, de modo a aumentar a eficiência produtiva do país, dessa forma, aumentando o PIB potencial (longo prazo) brasileiro, diz.

Para a corretora, o destaque é a PL das ferrovias que institui a modalidade de autorização para que as empresas privadas possam construir ou explorar as ferrovias, sem a necessidade de um processo licitatório para decidir quem irá operar um trecho ferroviário.

“Além disso, tivemos a conclusão da votação em dois turnos de alguns trechos da PEC dos precatórios que havia sido aprovado no Senado Federal”, diz.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.