Mercados

Radar do mercado: O que importa para a bolsa nesta quarta, segundo 4 analistas

12 jan 2022, 10:06 - atualizado em 12 jan 2022, 10:07
Bolsa em Nova York EUA Wall Street
(Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

A divulgação da inflação nos Estados Unidos é um dos destaques do pregão desta quarta-feira (12), segundo relatórios de abertura de mercado das corretoras.

O Ibovespa futuro caía 0,26% pela manhã, enquanto os mercados globais amanheciam levemente positivos, com EUA em alta de 0,1% e Europa avançando 0,5%.

Na China, os índices CSI 300 e Hang Seng encerram com ganhos de 1,0% e 2,8, respectivamente.

Veja o que dizem quatro analistas sobre esta quarta:

XP: Inflação ao consumidor nos EUA é destaque da agenda

A XP Investimentos comenta que a inflação dos EUA (CPI) é destaque na agenda desta quarta – o indicador deve ser divulgado às 10h30 (horário de Brasília).

“Esperamos que o índice cheio e núcleo aumentem 0,25% m/m e 0,4% m/m, respectivamente, em dezembro”, diz. O consenso de mercado atualmente está em 0,4% m/m e 0,5% m/m.

“Se nossa previsão for correta, o CPI de dezembro aumentará para 6,9% a/a em relação aos 6,8% a/a em novembro, e o núcleo do CPI de dezembro aumentará para 5,4 % y/y (de 5% y/y em novembro).

Segundo a corretora, os modelos mostram neste momento que a inflação cheia e o núcleo provavelmente atingiram o pico em dezembro. O dado de inflação é um dos indicadores que contribui significativamente para o conjunto de informações que o Fed usará para decidir sobre o ritmo de elevação dos juros por lá.

Modalmais: De olho nos indicadores

A Modalmais chama a atenção para “alguns indicadores que podem mudar o comportamento dos mercados”, além do CPI. No Brasil, a corretora cita a produção industrial de novembro e o fluxo cambial da semana anterior.

Nos EUA, o mercado monitora os dados do Livro Bege (síntese da economia) e resultado fiscal de dezembro, além dos estoques de petróleo e derivados da semana anterior pelo departamento de energia.

Commcor: Repercussão do Fed

A Commcor destaca ainda a fala de ontem do presidente do Fed, Jerome Powell. Para a corretora, faria sentido apostar as fichas em duas importantes questões para o desempenho positivo dos mercados na véspera.

Primeiro, o fato de Powell ter afirmado que a economia norte-americana estaria saudável o suficiente para uma política monetária mais apertada, comentário que pode ser visto como um ‘copo meio cheio’ e não ‘meio vazio’, diz.

“Querendo ou não, iniciar a retirada de estímulos é nada mais, nada menos do que confiar no potencial da economia por si só”.

Em segundo momento, comenta a Commcor, outro possível fator para a resiliência dos mercados pode estar vindo da leitura de que, mesmo que com três ou quatro altas de 25 pontos base na atual banda de 0% a 0,25% neste ano e no próximo, os EUA não devem caminhar para juros nominais de 3% e acima dentro dos próximos dois anos (juros reais devem seguir negativos ou próximos a zero), pelo menos com as sinalizações e informações atualmente na mesa.

“Ou seja, força da economia e um aumento bastante gradual dos juros podem estar garantindo a resiliência dos mercados, que, merece atenção, podem mostrar algum comportamento mais delicado a depender do momento e velocidade da redução do balanço do Federal Reserve”, diz.

Ágora: Ômicron ainda no radar

A Ágora Investimentos destaca que, no Brasil, os ganhos no exterior podem dar fôlego ao Ibovespa que, no entanto, pode ter volatilidade em dia de vencimento do índice.

“O dólar mais forte ante várias moedas de países emergentes pode ser fator de pressão para o real. No radar fica o rápido avanço da variante Ômicron da covid-19 no Brasil”, comenta.