Radar do mercado: O que importa para a bolsa hoje, segundo 4 analistas
Em um pregão que deve ser novamente marcado pelo baixo volume de negociações, os investidores estarão atentos aos dados da inflação brasileira e da economia norte-americana, segundo os relatórios de abertura das corretoras nesta quinta-feira (23).
O Ibovespa futuro subia 0,23% pela manhã, enquanto as bolsas internacionais amanheciam levemente positivas (EUA +0,2% e Europa +0,5%), por conta de novos estudos sugerindo que pessoas contaminadas com a variante ômicron tem uma probabilidade 70% a 80% menor de hospitalização.
Na China, os índices CSI 300 e Hang Seng encerraram em alta de 0,7% e 0,4%, respectivamente, na esteira do otimismo global. Veja abaixo o que dizem algumas das principais corretoras do país sobre o pregão desta quinta.
Mirae Asset
A Mirae Asset diz que aguarda mais uma sessão de baixa liquidez, mas com potencial de recuperação (ajuste técnico as quedas recentes).
“Nos EUA têm renda e gastos de famílias de novembro, deflator PCE, pedidos de auxílio desemprego semanal, encomendas de bens duráveis, confiança do consumidor da Universidade de Michigan e vendas de moradias usadas”, diz.
Amanhã será feriado no mercado acionário global, retomando os negócios na próxima segunda-feira, lembra a corretora.
Modalmais
A Modalmais destaca que o presidente Jair Bolsonaro autorizou crédito especial no valor de R$ 300 milhões para o auxílio gás. A corretora lembra que Executivo, Legislativo e Judiciário vão parando atividades em recesso de final de ano.
“Na agenda do dia, acaba de sair o INCC (construção civil) de dezembro com desaceleração para 0,30% (anterior em 0,71%, acumulando alta da inflação em 2021 de 14,03%. A confiança do setor de construção subiu 1,4 ponto, para 96,7 pontos em dezembro, o maior nível desde janeiro de 2014”.
A agenda do dia ainda tem prévia da inflação de dezembro pelo IPCA-15, divulgada há pouco, que revelou uma alta de 0,78% em dezembro, fechando o ano a 10,42%.
Commcor
Para a Commcor, o movimento de alta de inflação em diferentes países está dando embasamento necessário para o início da redução dos estímulos.
“Em meio a este cenário, inflação em processo de elevação e início do ciclo de alta dos juros, os ativos de risco poderão enfrentar um ambiente desafiador pela frente”, diz.
“Com relação ao ambiente local, o ano de eleição presidencial pode adicionar ainda mais cautela e volatilidade aos ativos considerados de risco”.
XP
A XP Investimentos destaca que na quarta o Banco Central divulgou que as transações correntes do Brasil apresentaram déficit de US$ 6,5 bilhões em novembro, resultado mais ou menos em linha com o consenso de mercado (US$ 6,2 bilhões).
Para a corretora, em linhas gerais, os superávits na conta financeira cobrem facilmente o atual déficit em conta corrente da economia brasileira. “Temos argumentado que, a despeito do enfraquecimento e alta volatilidade da taxa de câmbio, o balanço de pagamentos segue bastante sólido”, diz.