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Radar do mercado: 7 fatores que derrubaram o Ibovespa hoje, segundo a Ágora e a Terra Investimentos

22 nov 2021, 19:55 - atualizado em 22 nov 2021, 20:07
Jerome Powell
Sem moleza: Powell mostra que não vai tolerar a inflação nos EUA, e mercado entende o recado (Imagem: Kevin Dietsch/Pool via REUTERS)

A virada do Ibovespa, no meio da tarde, surpreendeu parte dos investidores, já que o principal índice da Bolsa chegou a saltar 1,2% nas primeiras horas de pregão. O humor azedou, tanto com fatores internos, quanto externos. O resultado foi uma queda de 0,89% no fechamento, aos 102.122 pontos.

Veja o que pesou na Bolsa brasileira hoje, segundo a Ágora Investimentos e a Terra Investimentos, e se prepare para amanhã.

1. Recado duro do Fed

O mercado ficou apreensivo com o primeiro discurso de Jerome Powell, após a decisão do presidente Joe Biden de reconduzi-lo para mais um mandato à frente do Federal Reserve. Nesta tarde, Powell afirmou que o Fed está numa posição “forte” para “atacar” a inflação americana.

2. Alta dos Treasuries

A posição mais firme de Powell levou à alta dos juros dos títulos públicos dos EUA, os famosos Treasuries. Como se sabe, a fuga dos investidores para o porto seguro da dívida americana pesa sobre o mercado de renda fixa.

3. Freada das Bolsas americanas

O resultado desse voo foi a perda de fôlego das bolsas americanas ao longo do dia. A Dow Jones fechou praticamente no zero a zero, com uma alta residual de 0,05%. Já o índice S&P e a Nasdaq caíram 0,32% e 1,26% respectivamente.

4. Covid-19 na Europa

As principais bolsas europeias sofreram com o avanço de uma nova onda de casos de coronavírus. Alguns países já anunciaram o retorno das medidas de isolamento social. Por isso, os índices fecharam sem direção definida no Velho Mundo.

5. Impacto no Ibovespa

A percepção de que o Federal Reserve se prepara para retirar as medidas de estímulo econômico para conter a inflação nos EUA, aliada à alta da curva de juros por lá, e o recrudescimento da pandemia na Europa pressionaram o Ibovespa nas últimas horas de pregão.

6. Brasília, sempre ela…

Esse caldo de preocupações foi engrossado pelas incertezas sobre as contas públicas, já que a PEC dos Precatórios segue em debate no Senado.

7. Dragão fortalecido

O descontrole das contas públicas, somado à falta de alguns produtos, alimenta as expectativas de inflação, que já se aproxima do teto previsto para 2022. O resultado é a alta das projeções da Selic, expressa no Boletim Focus de hoje – outro fator que pesou na Bolsa.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.