Radar de imóveis: Bancões fazem leilão, dívida na justiça e estreias na B3
A primeira semana de abril foi agitada para o setor imobiliário e promete ser ainda mais nos próximos dias. Tem bancão vendo a dívida com fundo imobiliário aumentar a cifra de milhões, semana de estreias na Bolsa brasileira e grandes bancos realizam leilões de imóveis por um precinho.
O Money Times preparou um resumo para você ficar atualizado sobre as principais operações e os impactos que podem ter em seus investimentos. Confira:
Impasse entre FII e Banco do Brasil passa de R$ 14 milhões
O fundo imobiliário BB Progressivo (BBFI11) comunicou ao mercado que a distribuição de seus rendimentos foi impactada negativamente em R$ 7,35 por cota devida a falta de pagamento do aluguel de março pelo Banco do Brasil (BB).
O BB, que ocupava um imóvel no Rio de Janeiro, não pagou todo o valor referente ao mês passado. No início de março, o banco notificou o fundo dizendo que pretendia desocupar o imóvel até o início de abril.
Contudo, o BB Progressivo e o Banco do Brasil travam uma disputa judicial desde outubro de 2021. O imóvel é alvo de uma ação que tramita, desde 2020, na 27ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro.
Com isso, o aluguel de março deste ano deverá ser incluso na inadimplência parcial total supracitada que, até o momento, está no valor de R$ 14,1 milhões, sem considerar juros, multa e correção monetária.
Estreias na B3
Desde segunda-feira (03), a Sparta, especialista em renda fixa e crédito privado, tem o seu primeiro Fiagro imobiliário negociado na B3, com o código CRAA11.
O investimento é um fundo de papel, com recursos em Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs). O objetivo do Fiago é ter retorno superior a CDI mais 2% ao ano, com perspectiva de distribuição de rendimentos mensais. Porém, isentos de Imposto de Renda.
Agora, a BR Properties (BRPR3) tem um fundo imobiliário para chamar de seu. E ele passou a ser negociado na B3 na quarta-feira (05). O primeiro FII da companhia é o BRPR Corporate Offices, negociado com o código BROF11.
Para a estreia na Bolsa brasileira, dois ativos foram integralizados ao fundo: o Passeio Corporate, no centro do Rio de Janeiro (RJ), e o Águas Claras, em Nova Lima (MG). Segundo a BR Properties, os dois prédios são consolidados, com níveis de ocupação elevados, além de contratos longos, estáveis e diversos.
A empresa do ramo de imóveis emitiu mais de 11,6 milhões de cotas na oferta pública de distribuição do FII, somando R$ 1,23 bilhão e chegando a 7 mil investidores.
Gestoras anunciam cisão de FIIs
A gestora VBI Real Estate anunciou esta semana a cisão parcial com a BlueMacaw Gestora de Recursos. Com isso, quatro fundos imobiliários da gestora foram incorporados ao portfólio da VBI.
A operação envolveu os fundos BlueMacaw Crédito Imobiliário (BLMC11), BlueMacaw Renda + (BLMR11), BlueMacaw Catuaí Triple A (BLCA11) e BlueMacaw Office Fund II (BLMO11).
Com isso, a BlueMacaw Asset passa a ser controlada, indiretamente, pela VBI Real Estate.
Onde estão os imóveis mais caros e mais baratos?
O preço médio de venda de imóveis residenciais subiu 0,42% em março, segundo o Índice FipeZap, com base em anúncios de imóveis residenciais colocados à venda no mês passado. O valor médio calculado para as 50 cidades monitoradas pelo índice foi de R$ 8,4 mil o metro quadrado.
O número ficou levemente acima do registrado no mês anterior, de +0,38%. Das 50 cidades acompanhadas pelo FipeZap, 42 tiveram aumento de preços em março. Enquanto entre as 16 capitais acompanhadas, 12 registraram elevação nos valores.
No mês passado, Manaus liderou a alta percentual do preço médio por metro quadrado, de 1,75%, a R$ 6.051. Por outro lado, Porto Alegre exibiu a maior queda nos preços, de 0,20%. Lá, o metro quadrado atingiu R$ 6.551.
São Paulo registrou alta de 0,43% nos preços de venda de imóveis residenciais no mês anterior. O metro quadrado chegou a R$ 10,304, o maior entre as capitais monitoradas.
Em contrapartida, João Pessoa teve o menor preço entre as capitais, chegando a R$ 5.607 o metro quadrado.
Santander e Bradesco fazem leilão de imóveis
O Santander (SANB11) promoverá dois leilões nos próximos dias. Na segunda-feira (10), em parceria com a Leiloei, mais de 30 imóveis residenciais e comerciais, de nove estados brasileiros, estarão à venda.
Os interessados já podem dar os lances, que serão encerrados a partir das 15h na segunda-feira. Parte dos empreendimentos disponibilizados pelo banco estão no estado de São Paulo.
Segundo o banco, os bens que serão leiloados estão sendo ofertados na modalidade leilão condicional, em praça única. Com isso, a forma de pagamento poderá ser à vista ou por meio de financiamento imobiliário com sinal mínimo de 20% do valor da compra. A operação é feita pelo site Bom Valor.
Já na terça-feira (11), o banco fará o leilão de imóveis comerciais que antes eram ocupados por ex-agências bancárias. A operação será em praça única, na modalidade leilão condicional, que é quando os lances precisam passar pela aprovação da instituição financeira que está promovendo a operação.
Os imóveis estão localizados em Maceió (AL), Recife (PE) e Vitória (ES). Os valores serão a partir de R$ 1,5 milhão. Para participar do leilão é preciso fazer um cadastro digital e habilitar-se para dar lances no app Conta Comprova.
O Bradesco (BBDC4) e a Zuk Leilões farão, em 14 de abril, o leilão de casas, terrenos e espaços comerciais. A operação será virtual, às 15h, no site da Zuk.
Serão aceitas propostas de valor para cada lote, conforme seu incremento mínimo. Os interessados podem fazer propostas para qualquer opção, baseadas no valor predefinido.
Caso o pagamento do imóvel arrematado seja à vista, haverá desconto de 10%. No entanto, o total negociado poderá ser parcelado em 24 vezes. Há opções de lotes em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, entre outros estados. Para participar do leilão, é preciso fazer o cadastro no site da Zuk e consultar o edital do lote desejado.