Economia

Radar da Previdência: 10 fatos revelam a falta de coordenação entre os líderes do governo

13 dez 2017, 19:11 - atualizado em 13 dez 2017, 19:21

Ficou para fevereiro, segundo Romero Jucá. Para a semana que vem, de acordo com Henrique Meirelles… Os que tentam entender o rumo da reforma da Previdência certamente irão errar a mira. A quarta-feira (13) revelou mais uma vez, aos olhos dos investidores e de toda a nação, a falta de articulação do governo em torno do tema. Não que votar seja fácil, mas alguma organização ajudaria, argumentam os investidores. O Ibovespa, que subia durante o dia, despencou no fim do pregão e terminou em baixa de 1,22%. O dólar ficou estável a R$ 3,30.

A máxima da política “a week is a long time in politics” (uma semana é muito tempo na política) se encaixa muito bem para momentos como este. O Money Times listou 10 falas e análises sobre o tema que circularam no mercado nesta quarta-feira (13):

1 – Não é uma derrota (mas é vitória?) – Romero Jucá (PMDB)

O líder do governo no Senado não vê problemas em adiar a reforma por alguns meses: “Isso não é derrota para o governo, pelo contrário. O governo teve uma vitória que foi o fechamento de questão do PSDB. Outros partidos fechando questão ajudam a aprovação da Previdência, portanto o que o governo quer é salvar a previdência do Brasil.”

2 – Vai continuar melhorando…, não, peraí – Rodrigo Maia (DEM)

Do presidente da Câmara dos Deputados: “Está melhorando, está melhorando (a situação para aprovar a reforma). Acho que, hoje, a gente vive um situação bem melhor do que nas últimas semanas. Ela vai continuar melhorando, e a gente vai avaliar se esse crescimento chega a 308 votos na terça-feira”, afirmou o parlamentar fluminense. Mais tarde, após Jucá dizer que a votação ficou para fevereiro, rebateu: “Não combinei nada”.

3 – Sacanagem, pô – Beto Mansur (PMDB)

O vice-líder do governo da Câmara disparou: “Isso é uma sacanagem com o Michel”. Segundo ele, a declaração de Romero Jucá não estava combinada com Rodrigo Maia.

4 – Não foi o combinado – Aguinaldo Ribeiro (PP)

O líder do governo na Câmara disse que a ideia inicial era que os presidentes da Câmara e do Senado e o presidente Michel Temer dessem coletiva conjunta nesta quinta-feira para falar sobre o assunto. As informações são da Broadcast.

5 – Nada disso, Sr. Jucá – Henrique Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que não houve decisão do governo em votar a reforma da Previdência somente em fevereiro de 2018. Segundo o ministro, o anúncio de que os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado decidiram votar a reforma no início do próximo ano é uma “opinião” de Jucá.

6 – Está “claríssimo” – Geraldo Alckmin (PSDB)

O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, disse que o fechamento de questão deixa “claríssimo” o posicionamento do partido favorável à aprovação da reforma da Previdência. A sigla ainda não definiu se haverá punição aos parlamentares que votarem contra a reforma.

7 – Mais ou menos claro – Ricardo Tripoli (PSDB)

O líder do partido na Câmara titubeou: “Não temos o número exato, mas diria que ultrapassamos o número de 20 parlamentares a favor. Estamos rumando para 50% da bancada. E agora, com o fechamento de questão, alguns outros deputados se sentirão mais confortáveis para votar com o partido.”

8 – Tudo ou nada não é bom. (Que tal o nada?) – Dyogo Oliveira

O ministro do Planejamento avalia que o governo federal não deve colocar a reforma da Previdência para votação se não tiver os votos necessários para aprovação da pauta, disse após participar de evento do Estadão. “A estratégia de ‘tudo ou nada’ não é boa em qualquer situação.”

9 – Alívio – Marcus Pestana (PSDB)

Segundo a coluna Expresso da Época, o secretário-geral do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, está aliviado com a notícia de que o governo adiou a votação. Isso porque, segundo ele, o governo não poderá culpar os tucanos pela postergação dos planos.

10 – Mah Oê!! – Temer e Silvio juntos pela Previdência

Segundo o blog de Lauro Jardim, Temer irá ao programa de Silvio Santos defender o projeto de Reforma da Previdência. “Como a reforma vai ficar mesmo para fevereiro (se ficar…), a ideia agora é que a ida de Temer se dê no último domingo de janeiro”, disse o jornalista.