Economia

Radar da Previdência: 10 falas sobre o toma lá dá cá em Brasília

12 dez 2017, 21:35 - atualizado em 12 dez 2017, 21:38

Em mais um dia muito volátil, os investidores continuaram de olho nas declarações das principais figuras em torno do Congresso Nacional e da articulação política. Enquanto Henrique Meirelles admite que a votação pode ficar para o ano que vem e o presidente Michel Temer avalia que caso não haja votos agora é melhor esperar fevereiro, alguns membros do Congresso ainda defendem o início das discussões nesta quinta-feira (14).

Money Times listou, a seguir, 10 declarações para dar uma ideia da alta temperatura do caldeirão político que ferve com as articulações finais do governo:

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1 – Início de 2018 – Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

“O esforço do governo, o esforço de todos, o compromisso e esforço do presidente da República, do presidente da Câmara, da equipe econômica, dos líderes, é que seja votada na semana que vem. Agora é o que eu estou dizendo, se porventura, por alguma razão, isso não for viável, certamente começo de 2018 é uma hipótese.”

2 – Fevereiro – Presidente da República, Michel Temer

“Se tiver os 308 votos, vai a voto agora, caso contrário, se espera em torno de fevereiro e marca-se data em fevereiro.”

3 – Antes das eleições – Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira

“Acredito que para todos será muito melhor passar o ano que vem com essa questão resolvida do que tratar disso em um ambiente político conturbado.”

4 – Segurança em 330 votos – Presidente da Câmara, Rodrigo Maia

“Tem que fazer conta, não é ir para o tudo ou nada. Se tiver 270 votos, ir para o tudo ou nada significa o quê? Se jogar do 30º andar sem rede e sem paraquedas. Eles [da equipe econômica] que se joguem! A Câmara vai votar se tiver voto”, declarou. Para ele, a margem de segurança para conseguir aprovar a proposta é ter, aproximadamente, 330 parlamentares favoráveis ao texto.

5 – DEM fechando questão – Ministro da Educação, Mendonça Filho

“A gente tem aí quatro ou cinco posições divergentes, o que significa dizer que a gente pode diminuir ainda mais essa posição. E na quinta-feira (14) provavelmente a gente vai referendar o fechamento de questão do DEM.”

6 – 290 deputados – Relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia (PPS)

“Não há porque esse afogadilho, vamos trabalhar no sentido de fazer a discussão e, ao final, votar a reforma. Vamos tocar isso com calma, porque a reforma será votada no momento em que houver o número mínimo de votos suficientes para sua aprovação”, disse, calculando que a proposta já tem o apoio de cerca de 290 deputados.

7 – PP fechando questão – BGC Liquidez

Em nota a clientes, o BGC Liquidez informa que “o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira confirmou que, se depender dele, o partido deverá fechar questão em favor da aprovação da reforma da Previdência. Mas ele só pretende discutir essa questão na Executiva Nacional na véspera da votação da Câmara, para evitar um desgaste desnecessário”.

8 – Tempo de debate – Presidente nacional do PPS, Roberto Freire

“A reforma da previdência é discutida desde o governo FHC, passando por Lula e no governo Dilma. Portanto não cabe falar que está sendo votada a ‘toque de caixa’ no governo Temer. Tal histórico de mais de 20 anos mostra que ela não é de governo mas de Estado”, escreveu em sua conta no Twitter.

9 – Probabilidade baixa – Relatório mensal do Fundo Verde

“Sobre a aprovação da reforma, nossa visão é que o governo não tem os 308 votos necessários na Câmara, e,
portanto, a probabilidade de passagem é baixa. Nos parece que depois de uma fase de maior otimismo, os mercados convergiram para tal visão. Existe sim uma assimetria positiva caso a reforma passe nas próximas semanas.
Mas é também o caso que a reforma tem baixo efeito no curto prazo, logo uma vez consenso que a reforma não deve passar, os mercados devem virar suas atenções para outros temas”

10 – Extremamente razoável – Secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano

Caetano entende que a proposta atual é “extremamente razoável”. “Ainda temos tempo de não entrar em situação de Portugal e Grécia, que cortaram salários, mas é preciso urgência.”