Agronegócio

Rações: não faltarão grãos e altas acabam absorvidas pelas exportações de proteínas

26 jun 2020, 14:47 - atualizado em 26 jun 2020, 15:24
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Aves e suínos estão na ponta do maior consumo e crescimento do setor de rações (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

Até o final de ano, o setor de rações deverá precisar de aproximadamente 25 milhões de toneladas de milho e 6,5 a 7 milhões de toneladas de farelo de soja. E com base na soma entre produção e estoques, a melhora sazonal das compras dos produtores de animais – e também pelo efeito exportador em alta – deverá ser atendida pelas indústrias. Os preços mais altos também acabam compensados, em parte, pela demanda.

Havia uma expectativa de que pudesse haver um pouco mais de escassez, dadas as fortes exportações de soja (recordes) e milho, em razão dos reflexos cambiais positivos, mas o Sindirações não acredita mais nessa possibilidade até então vista por alguns analistas.

Só em milho, o principal insumo, entre o que deverá ser produzido nas duas safras (75 milhões/t) e os estoques de passagem apontados pela Conab, Ariovaldo Zani diz que as 100 milhões/t são suficientes para anteder dentro e fora. Mesmo que os embarques, na hipótese mais otimista, chegassem a 40 milhões/t. O número médio previsto está na casa dos 30 milhões/t.

O setor cresceu 4,5% no primeiro trimestre e deve vir com um pouco menos no segundo, podendo repetir 4% também nos próximos seis meses.

Os preços, no entanto, não estão amigáveis. Em maio, pela planilha do sindicato nacional da indústria a saca de milho estava em R$ 54,00 e a tonelada de farelo em R$ 1,753 mil, contra R$ 37,00 e R$ R$ 1,172 mil do mesmo mês de 2019.

E mesmo que a safra do ano que vem americana possa chegar a 400 milhões/t de milho, com tendência a derrubar dos preços, Zani pensa que não é uma aposta segura. Especialmente pela consolidação de vendas antecipadas e que, segundo pensa, precisa integrar as discussões na cadeia produtiva, para evitar os picos para cima e para baixo que afetam os atores.

No entanto, a puxada que a cadeia agregada da proteína animal está oferecendo, de acordo com o presidente do Sindirações, tem dado suporte às indústrias processadoras nas originação de matéria-prima mais salgada.