Agronegócio

Ração: produtores pedem milho americano diante do avanço da demanda também do etanol

23 dez 2019, 11:18 - atualizado em 23 dez 2019, 12:48
Criação de aves em Lapa (PR)
Demanda por rações nas granjas está em alerta diante da oferta curta de milho (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

A indústria de ração animal deixou para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o pedido de simplificação e agilização do desembaraço aduaneiro nas importações de milho dos Estados Unidos. As 10 milhões de toneladas que o setor precisará já entrarão no primeiro trimestre “com contabilidade apertada”,

Se for considerado a sequência de exportações do já expressivo volume de 42 milhões/t até agora, o risco de virar déficit é alto, conforme Ariovaldo Zani, presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Ração Animal (Sindirações). Uma coisa é certa, segundo ele, os preços do produto seguirão em patamares elevados nos três primeiros meses de 2020, mesmo com algum conforto nos estoques de passagem.

Demanda externa e interna ligada na fabricação de alimentos para aves e suínos para os chineses, o que ajudará a gerar alta de 5% na produção de ração brasileira. E agora cada vez mais a busca da commodity para o etanol.

A alternativa do milho argentino, que já é alvo de mobilização ocasional nas importações diretas dos granjeiros de suínos, fica em impasse agora com as ‘retenciones’.

O imposto cobrado nas exportações pelo novo governo, elevando para 9%, ainda gera dúvida sobre se haverá repasse ou não pelos produtores.

O pleito junto ao Mapa, no fim do mês passado, para o milho não-transgênico, ganhou mais sentido de urgência na entidade com o anúncio na última semana do primeiro embarque brasileiro de DDGs (27,5 mil/t), coproduto da produção de etanol de milho, pela Inpasa, de Sinop (MT), uma das mais processadores de biocombustível do cereal.

“Acende uma luz amarela”, informa Zani, com o paralelo: “estamos atentos à evolução da produção de etanol de milho no Brasil e a configuração desse verdadeiro rali: agricultura energética (milho para etanol) versus agricultura alimentar (milho para feed/food)”.

Junto com o milho cada vez mais demandado para o etanol, se a janela exportadora de DDG, aberta agora para uma destilaria inglesa, for seguida por outros, naturalmente vai ser enxugado mais milho da praça.

O número de novos entrantes nesse mercado de produção de etanol de milho é relevante, além dos rumores ainda não confirmados, entre os quais da entrada da Raízen (maior produtora global de etanol e açúcar) e do Grupo Amaggi.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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