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Rabobank vê déficit maior no mercado de café com queda na produção do Brasil

23 fev 2021, 15:23 - atualizado em 23 fev 2021, 15:23
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O banco holandês Rabobank, que possui forte presença no setor agrícola, disse que passou a estimar um déficit global de 2,6 milhões de sacas de 60 kg (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O mercado global de café deverá experimentar na temporada 2021/22 um déficit maior do que o inicialmente projetado, diante de uma produção menor no Brasil em função de chuvas abaixo da média, indicou um relatório publicado nesta terça-feira.

O banco holandês Rabobank, que possui forte presença no setor agrícola, disse que passou a estimar um déficit global de 2,6 milhões de sacas de 60 kg em 2021/22, ante déficit de 1,1 milhão de sacas visto em dezembro.

“Reduzimos nosso número para a produção de 2021/22 em pouco mais de 2 milhões de sacas –desse corte, 1,2 milhão de sacas vêm de um ajuste para baixo no Brasil”, disse o banco em relatório produzido pelos analistas Carlos Mera e James Watson.

O Rabobank agora projeta a nova safra brasileira em 56,2 milhões de sacas, contra 57,4 milhões de sacas na estimativa de dezembro. O banco também reduziu sua expectativa para a safra da Colômbia –grande produtora de arábica lavado– em 300 mil sacas, para 14,1 milhões de sacas.

O déficit projetado só não é maior porque o banco reduziu sua previsão para a demanda total em 500 mil sacas.

“As importações líquidas dos países não produtores continuaram fracas no quarto trimestre de 2020”, disse o banco, citando uma queda de 1,9% no que chamou de “desaparecimento do café” na Europa e Reino Unido, além de um recuo de 9,5% no Japão.

Além disso, há um grande estoque de passagem da temporada anterior, já que o superávit em 2020/21 foi estimado em 10,5 milhões de sacas.

O Rabobank acredita que os preços do café arábica não devem permanecer acima de 1,30 dólar por libra-peso (no segundo contrato futuro negociado em Nova York), mas disse que “fatores como especulação, custos de transporte e o aumento na demanda pelos estoques podem causar esse cenário”.

Os preços do café saltaram 4,5% na segunda-feira, atingindo o maior nível desde dezembro.