Rabobank define período para queda no abate de fêmeas, mas preços do boi devem seguir pressionados; confira
Após registrar em 2023 o maior volume produzido de carne bovina dos últimos 5 anos, com forte aumento de 11% no comparativo anual, totalizando 8,9 milhões de toneladas, os abates de boi seguiram elevados no primeiro trimestre.
Os dados são do Rabobank, que aponta, no seu primeiro AgroInfo de 2024, que o atraso no início das chuvas e o consequente menor volume acumulado de precipitação em importantes regiões produtoras resultaram em uma alta nos custos da ração no fim de 2023, o que, por sua vez, implicou em um movimento de antecipação da oferta para abates, principalmente de fêmeas.
Apesar dos ótimos níveis de demanda externa, a queda sazonal no consumo doméstico, que representa cerca de 70% da produção total, resulta em níveis de oferta acima da demanda, o que também pressionou os preços do boi gordo no mercado futuro e corroborou o cenário de antecipação dos abates como estratégia de reduzir custos e obtenção de melhores preços frente aos frigoríficos.
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Sendo assim, o Rabobank projeta que os abates no primeiro trimestre podem ser recordes em comparação com o mesmo período de 2024, maior volume até então.
O que esperar para os abates e preços do boi?
O banco enxerga uma desaceleração para os abates fêmeas no segundo trimestre, mas uma quantidade ainda importante de bois prontos para abate deve manter os níveis de oferta ainda elevados, o que limitaria as possibilidade de maiores valorizações nos preços do boi gordo.
Quanto às exportações, nos dois primeiros meses do ano, foram registrados os maiores volumes embarcados para o período, ultrapassando pela primeira vez a barreira das 200 mil toneladas mensais.
A China, principal cliente do Brasil, elevou suas compras em 13% no acumulado do ano, apesar dos estoques elevados no mercado local.
Dessa maneira, até fevereiro de 2024, o volume exportado foi de 408 mil toneladas, 25% acima em relação a 2023, com faturamento de US$ 1,8 bilhão, 17% acima ao mesmo período do ano passado.
Por fim, os custos começaram 2024 em queda, e em fevereiro, estavam 27% menores no comparativo anual. A oferta de grãos elevada no mercado interno deve favorecer a atratividade e as margens do confinamento.
Por outro lado, os menores custos de carne suína e de frango pode favorecer a competitividade das proteína frente a carne bovina.